O ex-primeiro-ministro da Itália, Silvio Berlusconi, atacou neste sábado o governo do premiê tecnocrata Mario Monti ao dizer que houve uma "verdadeira conspiração" para afastá-lo do poder em novembro de 2011, quando o magnata renunciou ao cargo em meio à crise da dívida na zona do euro e às pressões. Berlusconi, de 76 anos, será candidato do seu partido de centro-direita, o Povo da Liberdade (PDL, na sigla em italiano) nas eleições de 24 e 25 de fevereiro, quando a Itália elegerá os membros do Parlamento e o primeiro-ministro. Monti renunciou na semana passada mas ficará como interino no cargo até fevereiro, a pedido do presidente da Itália, Giorgio Napolitano.
Berlusconi disse à imprensa local que, se vencer, vai investigar a "conspiração" que levou ao seu afastamento. Ele também afirmou que Monti, que é senador vitalício e se aliou aos partidos de centro, como a União Democrática Cristã (UDC), terá "poucos votos" em fevereiro.
"Foi um verdadeira conspiração. Se vencermos, vamos instaurar uma comissão investigadora para examinar os fatos. Eu escutei ministros que disseram que estávamos à beira da falência. Isso foi uma mentira", disse Berlusconi. O ex-premiê viajou neste sábado, de trem, de Roma a Milão, dando entrevistas nas estações ferroviárias das duas cidades. A noiva de Berlusconi, a napolitana Francesca Pascale, de 26 anos, acompanhou calada as declarações do político. Monti não respondeu às declarações de Berlusconi. O premiê passa o feriado de final do ano em Veneza, em companhia da família.