O deputado Diosdado Cabello foi reeleito hoje para presidir a Assembleia Nacional da Venezuela (Parlamento) em uma sessão extraordinária para escolher o novo comando da casa. Cabello é considerado um dos mais leais correligionários do presidente da Venezuela, Hugo Chávez, e poderá assumir interinamente a chefia do governo venezuelano se Chávez, reeleito em outubro, não tomar posse no cargo no próximo dia 10.
A Constituição do país prevê que, nesta hipótese, o chefe do Legislativo deve convocar novas eleições para a Presidência da República em um prazo máximo de 30 dias. Atualmente, o posto de presidente interino é ocupado pelo vice-presidente, Nicolás Maduro. Porém, o governo quer a permanência de Chávez no cargo, de acordo com a interpretação do Artigo 231 da Constituição venezuelana.
Em entrevista transmitida pelo canal estatal venezuelano na noite de ontem (4), Nicolás Maduro defendeu que Hugo Chávez continue na Presidência mesmo que não retorne a Venezuela na data da posse. O presidente venezuelano está em Cuba em tratamento contra um câncer. Segundo Maduro, a posse de Chávez para o novo mandato é apenas um "formalismo" e ele poderá assumir em uma nova data, a ser combinada com o Tribunal Supremo de Justiça (TSJ). Maduro também acusou a oposição de liderar um movimento nacional de “intrigas” e uma “ofensiva” e planejar um "golpe de Estado” na Venezuela.
Em mensagem ontem nas redes sociais, Diosdado Cabello destacou que a Assembleia Nacional é um espaço para o diálogo e deve ficar longe de “conspirações” para desestabilizar o país. "Não se enganem, a Assembleia Nacional é revolucionária e socialista e continuará ao lado do povo e de nosso comandante”, destacou.
Há cerca de um mês Chávez está hospitalizado em Havana para tratamento de um câncer. Nos últimos 18 meses, ele passou por quatro cirurgias. O presidente venezuelano não é visto em público desde o começo de dezembro. Nos últimos dias, aumentaram os rumores sobre o agravamento do estado de saúde do presidente venezuelano.