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Partidários de Hugo Chávez garantem que ele continuará no cargo mesmo sem tomar posse

Apesar de o período constitucional (2007-2013) terminar à meia-noite de quinta-feira, partidários de Hugo Chávez garantem que ele continuará no cargo mesmo sem tomar posse


postado em 07/01/2013 00:12 / atualizado em 07/01/2013 07:46


Caracas – Com a decisão de seguir à frente do governo venezuelano, à espera do fim da incógnita sobre se Hugo Chávez estará em condições de reassumir a Presidência, seu sucessor designado, o vice-presidente Nicolás Maduro, reforça sua liderança diante de eventuais eleições presidenciais antecipadas, segundo analistas. “Para o chavismo, é fundamental que, se Maduro for o candidato em uma eleição presidencial pela saída de Chávez, o faça da posição de chefe de Estado ou de uma posição vantajosa, de aura de poder e de controle de todas as instituições”, afirmou o analista político Luís Vicente León, diretor da consultoria Datanálisis. Antes de partir para Cuba, Chávez “delegou, sem entregá-lo”, o comando político a Maduro, e disse que, se estivesse incapacitado para governar, seu sucessor assumiria a Presidência temporária até o fim do mandato, em 10 de janeiro, e também seria o candidato do governista Psuv nas eleições presidenciais que deveriam ser realizadas em 30 dias.
O presidente, de 58 anos, delegou importantes poderes econômicos ao também chanceler, como decretar créditos adicionais ao Orçamento nacional e expropriar bens, entre outras tarefas. No sábado, Maduro afirmou que seguirá em seu cargo além de 10 de janeiro, inclusive se o presidente, hospitalizado há mais de três semanas e sofrendo de insuficiência respiratória, não puder tomar posse nesta quinta-feira perante a Assembleia Nacional, como dita a Constituição. “Eu sigo em funções, e algum dia, quando houver a possibilidade, o Supremo Tribunal de Justiça (STJ) vai me juramentar”, disse Maduro, reafirmando que o governismo, aplicando também a Carta Magna, resolveu esperar que Chávez, reeleito em outubro, esteja em condições de assumir seu quarto mandato de seis anos perante  o STJ. “Penso em Chávez como presidente”, disse na sexta-feira Maduro, de 50 anos, confiante em que o chefe de Estado retornará, e negando ter ambições pessoais de assumir a liderança do país.
Maduro, um ex-sindicalista do metrô de Caracas e motorista de ônibus, ocupa o cargo de chanceler desde 2006. Em outubro, assumiu também a vice-presidência, decisão de Chávez que o ratificou como seu sucessor. Nas últimas semanas, à medida que o governo foi informando a conta-gotas a evolução do estado de saúde de Chávez, operado pela quarta vez de um câncer, Maduro foi o rosto mais visível do chavismo, protagonizando diversos atos públicos e entrevistas a meios de comunicação venezuelanos e regionais. Maduro “está tentando deixar claro que há um testamento político ditado pelo presidente, e que ele é o herdeiro”, observa a jornalista e colunista venezuelana Luz Mely Reyes.

OPOSIÇÃO FRACA A Constituição estabelece que, em caso de falta absoluta do presidente, que poderia ocorrer com sua morte, incapacidade física permanente ou renúncia, devem ser convocadas eleições em 30 dias. Líderes opositores criticaram que ele possa permanecer no cargo: “Nosso ponto é que o vice-presidente não pode seguir em funções, porque já seria do governo anterior”, disse sábado Julio Borges, coordenador nacional do partido Primeiro Justiça, de Capriles. Para analistas, a oposição venezuelana não tem força para impedir que o governo siga adiante com a ideia de manter o atual governo em funções se Chávez não tomar posse dia 10. Ela está “articulada apenas eleitoralmente”, e não pode “se proteger ou se defender de um governo armado, rico e com o controle institucional do país”.

Eleições em 2013

Este ano haverá eleições presidenciais em três países da América do Sul e definição sobre o futuro político em Israel e na Itália, que adotam como sistema político o parlamentarismo – e as urnas levarão à escolha dos primeiros-ministros. Na América do Sul, eleitores do Equador, Paraguai e Chile vão às urnas entre fevereiro e dezembro. Em Israel, as eleições ocorrem em 22 deste mês e na Itália em 24 e 25 de fevereiro.


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