O governo da ex-colônia francesa entrou em colapso no início de 2012, quando uma dissidência dos militares derrubaram o governo e impuseram uma junta militar no comando do país. Depois da pressão dos países vizinhos, um governo interino foi instituído. Na noite de quinta-feira, o presidente de facto do Mali, Dioncounda Traore, fez um pedido desesperado pela ajuda militar francesa para barrar o avanço dos islamitas e dos tuaregues.
O presidente da França, François Hollande, declarou que tropas francesas já estão no Mali para ajudar o Exército local a rechaçar os rebeldes, que nesta semana tomaram a cidade de Konna, no Sahel, e avançam em direção ao Oeste. “Nessa tarde, Forças Armadas francesas deram apoio a unidades do Exército do Mali na luta contra os terroristas", disse Hollande em Paris. "Essa operação durará o quanto for necessário.” Os Estados Unidos e a Uniãio Africana saudaram a iniciativa francesa.
Além das tropas francesas, soldados do Senegal e da Nigéria chegaram ao Mali ontem, disse o porta-voz do Ministério da Defesa do Mali, Diarran Kone. O exército malês, enquanto isso, prepara uma ofensiva para retomar a cidade de Konna, que fica a 700 quilômetros a leste da capital, Bamako. Confrontos entre soldados e islamitas deixaram 43 mortos no Centro do país. No ano passado, a França pressionou o Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) a votar uma intervenção militar no Mali contra os islamitas, algo que foi aprovado por unanimidade em dezembro. A resolução da ONU, contudo, previa o envio de uma tropa de países africanos de 3 mil soldados, ao longo de 2013.