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Estado de Minas

Em reconstrução, Haiti relembra hoje três anos do pior terremoto da sua história recente

Até hoje há cerca de 360 mil pessoas abrigadas em alojamentos improvisados. No terremoto morreram a médica Zilda Arns, fundadora da Pastoral da Criança, e 18 militares brasileiros


postado em 12/01/2013 10:49 / atualizado em 12/01/2013 10:56

(foto: Breno Fortes/CB/D.A Press)
(foto: Breno Fortes/CB/D.A Press)

País mais pobre das Américas, o Haiti relembra neste sábado três anos do pior terremoto da sua história recente. Em 12 de janeiro de 2010, um abalo de 7,3 graus na escala Richter e duas réplicas de menores magnitudes, atingiram o país, gerando comoção mundial e reações por parte de organizações estrangeiras, de entidades civis e da comunidade internacional. Em decorrência do terremoto cerca de 220 mil pessoas morreram e 1,5 milhão ficaram desabrigadas no Haiti.

Mas até hoje há cerca de 360 mil pessoas abrigadas em alojamentos improvisados e em busca de alternativas no exterior, como no Brasil e na República Dominicana. No terremoto morreram a médica Zilda Arns, fundadora da Pastoral da Criança, e 18 militares brasileiros.

O país foi destruído, prédios públicos, hospitais, escolas e casas vieram abaixo. O Brasil passou a ser um dos principais colaboradores do Haiti no processo de reconstrução e capacitação profissional. A reorganização do Haiti ainda está em andamento e conta com o apoio de uma ação coordenada pelos Estados Unidos e pela comunidade internacional.

Poucos dias depois do terremoto, um ciclone extratropical provocou enchentes no país. A reconstrução do país tem sido prejudicada por outros desastres naturais, como secas, enchentes e furacões, e pela dificuldade do governo para coordenar recursos públicos.

Especialistas que acompanham o assunto informam que a prioridade no Haiti é o fortalecimento institucional a partir da formação de pessoal específico para as áreas de energia, combustíveis fósseis e no setor social, como saúde e educação.

O Brasil é o maior fornecedor de tropas para a Missão de Paz das Nações Unidas (Minustah), que está no Haiti desde 2004. As tropas têm o objetivo de garantir a estabilidade e segurança do país. Os militares brasileiros trabalham também no desenvolvimento urbano com projetos de engenharia, como pavimentação de ruas e iluminação pública, e projetos sociais.

O governo brasileiro também investe em projetos de cooperação técnica, especialmente na área de saúde, com a construção de três hospitais, dois laboratórios regionais, um centro de reabilitação, além da formação profissional de 2 mil agentes de saúde, no valor de US$ 70 milhões. Na área da energia, será doado um total de US$ 40 milhões para a construção de uma usina hidroelétrica que fornecerá eletricidade para mais de 1 milhão de famílias.

A Embaixada do Brasil no Haiti informou à Agência Brasil que esses valores são os maiores da cooperação brasileira no mundo. Paralelamente, autoridades do Brasil e do Haiti negociaram a ampliação do número de vistos concedidos para haitianos que queriam trabalhar em território brasileiro, sem exigência de emprego prévio.

Em Porto Príncipe, a capital haitiana, há um Centro Cultural Brasil-Haiti com aulas de português, divulgação da cultura brasileira e apoio à cultura haitiana. Ao longo de 2013 deverão ser enviados para o Brasil 16 policiais haitianos que serão treinados no Brasil e repassarão o que aprenderem para o restante da corporação.

O embaixador do Brasil no Haiti, José Luiz Machado e Costa, disse à Agência Brasil que a solidariedade é fundamental para o processo de reconstrução do Haiti, que é um dos países mais pobres do mundo - e o mais pobre das Américas. “No caso do Brasil, a solidariedade é um dos pilares da nossa relação com o Haiti”, ressaltou.


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