Jornal Estado de Minas

Um ano depois da tragédia do Concordia, Giglio se prepara para um doloroso aniversário

AFP

A pequena ilha de Giglio se prepara para lembrar no domingo um ano do naufrágio do Costa Concordia, ocorrido na noite de 13 de janeiro de 2012, enquanto as autoridades italianas prometeram retirar o navio até setembro.

A população da ilha toscana deve participar em massa de uma solenidade, que também contará com a presença de parentes das 32 vítimas do naufrágio do Costa Concordia, além dos próprios náufragos.

Entre as 30 vítimas identificadas, 12 eram alemãs, seis francesas, seis italianas, duas peruanas, duas americanas, uma húngara e uma espanhola. Os corpos de um membro indiano da tripulação, Russel Rebello, e de uma passageira italiana ainda não foram encontrados.

Kevin Rebello, de 39 anos, irmão de Russel, 32, que era garçom do transatlântico, "ainda tenta encontrar os restos de seu irmão". "É importante para mim e para a minha família", explicou ele à AFP. Voltar aqui "me lembra os dias em que eu viajava entre Porto Santo Stefano e Giglio. É difícil para mim rever o Concordia".

Neste sábado, depois de vários atrasos, o chefe da Defesa Civil italiana, Franco Gabrielli, prometeu que o navio será retirado, no mais tardar, em setembro.

Será uma operação "de caráter totalmente excepcional", que levará em conta os riscos para o meio ambiente, ressaltou.

De acordo com o vice-presidente do grupo Costa, Franco Porcellacchia, os trabalhos estão sendo realizados "a um ritmo satisfatório", mesmo apesar de o plano inicial ter indicado que a retirada do transatlântico seria feita em fevereiro.

No total, 420 pessoas trabalham no local todos os sete dias da semana, disse Nick Sloane, um dos chefes da Titan, empresa americana encarregada do resgate junto com a italiana Micoperi.

O prefeito Sergio Ortelli acredita que sua pequena cidade, situada no coração de uma reserva natural, possa em breve virar a página. A primeira cerimônia de domingo consistirá também em reposicionar em seu local original a rocha contra a qual o Concordia se chocou violentamente em 13 de janeiro de 2012.

No domingo, as famílias das vítimas jogarão coroas de flores no casco do Concordia.

Perto do porto, o padre Lorenzo Pasquotti cuida de sua igreja enfeitada pelos fiéis com flores e velas.

Dezenas de cadeiras adicionais foram colocadas na igreja para a missa que será realizada no domingo antes das homenagens aos bombeiros e às equipes de resgate que socorreram os mais de 3.200 turistas e os mil membros da tripulação do Concordia.

"Sob a imagem da Virgem Maria (salva do naufrágio, nr), colocaremos um colete salva-vidas e muitas coisas que foram deixadas pelos náufragos, mas não antes porque temos de que sejam roubadas", explicou o padre Pasquotti, que abriu generosamente as portas de sua igreja às vítimas do naufrágio.

Na noite de domingo, no exato momento em que aconteceu o naufrágio (18h45 de Brasília), um minuto de silêncio será respeitado antes que as sirenes dos barcos presentes sejam acionadas no porto e de uma cerimônia em que 32 lanternas serão colocadas na água.