A Suíça apresentará uma petição na próxima segunda-feira assinada por 52 países pedindo para que a Corte Penal Internacional (ICC) abra um caso sobre crimes de guerra na Síria disse o ministro de Relações Exteriores suíço, Didier Burkhalter. "Graves crimes de guerra estão sendo cometidos na Síria. Nós precisamos assegurar que eles não fiquem impunes", afirmou Burkhalter ao canal de televisão nacional TSR.
"Nós estamos apresentando uma proposta, agora cabe ao Conselho de Segurança para decidir", acrescentou, dizendo que o órgão da Organização das Nações Unidas (ONU) poderia bloquear ou seguir o pedido.
Visto que a Síria não faz parte da ICC, o único tribunal de crimes de guerra permanente do mundo, uma consulta do Conselho de Segurança da ONU é necessária para que a corte investigue os crimes cometidos no conflito que de 22 meses.
Alguns países argumentam, porém, que a decisão de levar o caso irá fornecer ao presidente sírio, Bashar al-Assad, mais uma razão para permanecer no poder.
Nesta sexta-feira, quatro membros da União Europeia pediram à ONU para fazer referência sobre a crise da Síria à corte internacional em uma carta conjunta divulgada pelo Ministério de Relações Exteriores da Áustria. "Horrorosos crimes de guerra já foram cometidos durante o conflito na Síria, mas não houve consequências para os autores", escreveram os ministros das Relações Exteriores da Áustria, Dinamarca, Irlanda e Eslovênia na carta.
"Tendo em vista as graves preocupações acima mencionadas, e a falta de repressão na Síria, pedimos ao Conselho de Segurança da ONU para fazer referência urgentemente sobre a situação na Síria na ICC", destaca a carta.
A ONU acredita que mais de 60 mil pessoas morreram desde o início da revolta em março de 2011, com cerca de 600 mil sírios registrados como refugiados na região.