Pequim está sofrendo com uma das piores ondas de poluição da história da cidade. Para se protegerem, crianças tiveram de ficar em ambientes fechados nesta segunda-feira e muitas pessoas acabaram no hospital com problemas respiratórios. Mas há algo diferente com a névoa sobre a capital desta vez: a transparência do governo em tratar do assunto.
Até a mídia estatal tocou no assunto. "Mais sufocante do que as nuvens é fraca resposta", dizia a manchete de um artigo de primeira página do China Youth Daily, jornal do Partido Comunista. Funcionários do governo, que evitaram a falar sobre poluição no passado, realizaram coletivas de imprensa e postaram mensagens em microblogs para discutir o tema.
A onda de poluição chegou ao ápice no sábado, quando arranha-céus foram envolvidos por uma densa nuvem cinza de fumaça. Esperada para durar até terça-feira, este é a pior índice de poluição na cidade desde que o governo passou a divulgar os dados, no começo do ano.
Escolas em diversos distritos receberam ordens para cancelar atividades ao ar livre e, um raro comunicado público, as autoridades de Pequim aconselharam todos os moradores a "tomar medidas para se protegerem a saúde".
O hospital Shijitan de Pequim recebeu 20% a mais de pacientes que o normal em seu departamento de saúde respiratória. A maioria das pessoas estavam tossindo e buscando tratamento para bronquite, asma e outros problemas respiratórios, disse o doutor Huang Aiben. A demanda por máscaras disparou e, em muitas lojas, os itens sumiram dos estoques.
Por causa das exigências dos chineses, o governo agora emite atualizações online de hora em hora sobre a poluição para mais de 70 cidades.