Mais de um ano depois de as autoridades chinesas fecharem uma fábrica de produtos químicos em Dalian (nordeste da China) após os protestos de milhares de vizinhos, nuvens de fumaça continuam saindo das chaminés e a fábrica mantém suas atividades.
Em meados de agosto de 2011, 12 mil habitantes protestaram nesta grande cidade industrial e portuária do país contra a atividade desta fábrica que produz paraxileno, líquido inflamável usado na elaboração de películas e tecidos de poliéster, e que pertence ao grupo Flujia.Vários dias antes deste protesto, os moradores das casas vizinhas à fábrica foram evacuados. As ondas provocadas por uma tempestade romperam um dique que protegia o lugar e ameaçaram a instalação, trazendo o risco de contaminação química.
Os moradores da região receberam a promessa de uma mudança de localização da fábrica, que acabou em fundo vazio.Segundo informações publicadas na imprensa, a fábrica retomou suas operações depois de se ajustar às normas.
Três funcionários do Fujia contactados por telefone se negaram a confirmar ou desmentir a retomada da produção.Encarregados das autoridades locais, contactados pela AFP, também se negaram a comentar.
"Não têm nenhuma intenção de se mudar" apesar dos compromissos do governo, declarou, um vizinho do local de 31 anos, ex-operário da fábrica."Nunca pararam de operar", acrescentou, mostrando desconfiança com o governo local, compartilhada por muitos outros moradores.
Além dos aspectos nocivos à saúde, a fábrica de Dalian compromete a credibilidade do governo, afirmou o jurista Wang Canfa, especialista em questões ambientais."Na próxima vez que disserem algo, o povo não acreditará", alertou.