As comunidades árabe e tuaregue no Mali são vítimas de abusos e atos de vingança depois da libertação de cidades e aldeias que haviam sido tomadas pelos jihadistas, denunciaram neste domingo em Bamako seus representantes.
"Houve abusos, violações de domicílio. Quantos? Eu não tenho os números exatos. E nem vale a pena mencionar, eles não devem se repetir", declarou à imprensa Mohamed Oumrani, presidente da Al-Carama, "Aliança da Comunidade Árabe no Mali".
"O Exército do Mali tem que se ocupar dos adversários e proteger os inocentes", acrescentou. "Os abusos e prisões ocorreram em vários lugares, inclusive em Bamako. É normal que um país em guerra cometa erros, mas temos que corrigir os erros graves e preservar as pessoas inocentes".
Abusos contra árabes e tuaregues do Mali, por vezes acusados de compactuarem com os islamitas armados, foram relatados no sábado pela organização não-governamental Human Rights Watch.
A ONG assegurou ter "recebido relatos credíveis de abusos graves cometidos por membros das forças de segurança do Mali contra civis, particularmente os tuaregues e árabes, em torno da cidade de Niono (oeste). Estes atos de violência incluem assassinatos".
Oumrani, que renovou seu apelo a unidade e harmonia entre as comunidades no Mali, recebeu uma ligação do chefe do Estado-Maior do Exército. "A comunicação entre nós e os serviços do Estado existe", disse ele. "É preciso evitar erros desnecessários".