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Número de reféns mortos na Argélia pode ser maiorDesfecho sangrento para reféns em ofensiva final na ArgéliaNúmero de reféns mortos na Argélia sobe para 48Grupo de extremistas que atacaram na Argélia ameaça países que apóiam MaliA rápida e unilateral decisão argelina de atacar as instalações onde os terroristas mantinham reféns foi questionada pela opinião pública, mas, por outro lado, líderes internacionais se esforçaram para demonstrar apoio ao governo. "A responsabilidade dessas mortes pesa diretamente nos terroristas que promoveram esse ataque cruel e covarde", afirmou David Cameron, premiê britânico. No sábado, o presidente americano, Barack Obama, também culpou os terroristas. O francês François Hollande ressaltou que a resposta foi adequada. Para Jean-Yves Le Drian, ministro francês de Defesa, o sequestro foi "um ato de guerra".
MALI O conflito que se estende entre as fronteiras dos Estados do Norte africano é antigo e prospera devido à pouca fiscalização, explica o professor de relações internacionais da Universidade de Brasília José Flávio Sombra Saraiva. "Há, aí, um enorme deserto onde o ilícito tem todas as condições de progredir e há campos de terrorismo como esse que a Al-Qaeda estabeleceu", analisa. Especialistas justificam a intervenção no Mali como uma preocupação contra a criação de um novo Afeganistão, apelidado de Africanistão. Questionado sobre o assunto, o ministro das Relações Exteriores da França, Laurent Fabius, disse que, diferentemente do país do Oriente Médio, o Mali vive um regime democrático. "O único ponto em comum – entre o Mali e o Afeganistão – é a batalha contra o terrorismo", rebateu.
As tropas francesas que participam da intervenção na antiga colônia partiram, ontem, em uma ofensiva por terra até a cidade de Diabali, abandonada pelos rebeldes islâmicos após dias de intensos bombardeios. Organizações como a Human Rights Watch (HRW) denunciaram as primeiras reclamações de abusos cometidos pelo Exército malinês, que incluem assassinatos. "Os excessos e prisões ocorreram em vários lugares, inclusive em Bamaco", informou Mohamed Oumrani, presidente da Aliança da Comunidade Árabe no Mali, em coletiva.
Com medo de novas ações terroristas, o Canadá determinou a retirada imediata de todos os seus cidadãos do país e informou que apenas uma equipe essencial permanecerá em Bamaco. Os Estados Unidos autorizaram seus funcionários a deixarem a Argélia e pediram reforço de segurança nas embaixadas e escritórios na região.