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Estado de Minas

Exército captura cinco extremistas na Argélia

Militares encontram mais 25 corpos de reféns mortos por ativistas no complexo de Tiguentourine


postado em 21/01/2013 06:00 / atualizado em 21/01/2013 07:38

Tropas especiais do Exército argelino capturaram ontem cinco radicais islâmicos escondidos nas instalações do complexo de exploração de gás Tiguentourine, próximo à cidade de In Amenas, no meio do Saara. Outros três extremistas conseguiram fugir, segundo a emissora de televisão privada Ennahar. Um dia após a ofensiva final das tropas estatais, que, segundo os dados preliminares havia resultado na morte de sete reféns, soldados encontraram mais 25 corpos de vítimas dos sequestradores. A identidade e nacionalidade não foram reveladas. Levantamento inicial divulgado sábado pelo Ministério do Interior da Argélia informava a morte de 23 reféns e 32 extremistas islâmicos nos três dias de ocupação de Tiguentourine pelos terroristas.


"Sinto muito em dizer que, infelizmente, o número de mortos vai aumentar", afirmou o ministro argelino da Comunicação, Mohamed Said. Vários governos informaram que ainda esperam notícias sobre cidadãos desaparecidos. Três britânicos, 10 japoneses, cinco noruegueses e dois malaios ainda estavam sendo procurados ontem.

A operação terrorista, que teve início na madrugada de quarta-feira e envolveu o sequestro de mais de 600 pessoas, foi reivindicada ontem pelo radical islâmico Mokhtar Belmokhtar, conhecido como Caolho. "Nós, da Al-Qaeda, anunciamos essa abençoada operação", disse ele em um vídeo citado pela Sahara Media – o site não disponibilizou a gravação para que a informação fosse checada.

A rápida e unilateral decisão argelina de atacar as instalações onde os terroristas mantinham reféns foi questionada pela opinião pública, mas, por outro lado, líderes internacionais se esforçaram para demonstrar apoio ao governo. "A responsabilidade dessas mortes pesa diretamente nos terroristas que promoveram esse ataque cruel e covarde", afirmou David Cameron, premiê britânico. No sábado, o presidente americano, Barack Obama, também culpou os terroristas. O francês François Hollande ressaltou que a resposta foi adequada. Para Jean-Yves Le Drian, ministro francês de Defesa, o sequestro foi "um ato de guerra".

MALI O conflito que se estende entre as fronteiras dos Estados do Norte africano é antigo e prospera devido à pouca fiscalização, explica o professor de relações internacionais da Universidade de Brasília José Flávio Sombra Saraiva. "Há, aí, um enorme deserto onde o ilícito tem todas as condições de progredir e há campos de terrorismo como esse que a Al-Qaeda estabeleceu", analisa. Especialistas justificam a intervenção no Mali como uma preocupação contra a criação de um novo Afeganistão, apelidado de Africanistão. Questionado sobre o assunto, o ministro das Relações Exteriores da França, Laurent Fabius, disse que, diferentemente do país do Oriente Médio, o Mali vive um regime democrático. "O único ponto em comum – entre o Mali e o Afeganistão – é a batalha contra o terrorismo", rebateu.

As tropas francesas que participam da intervenção na antiga colônia partiram, ontem, em uma ofensiva por terra até a cidade de Diabali, abandonada pelos rebeldes islâmicos após dias de intensos bombardeios. Organizações como a Human Rights Watch (HRW) denunciaram as primeiras reclamações de abusos cometidos pelo Exército malinês, que incluem assassinatos. "Os excessos e prisões ocorreram em vários lugares, inclusive em Bamaco", informou Mohamed Oumrani, presidente da Aliança da Comunidade Árabe no Mali, em coletiva.

Com medo de novas ações terroristas, o Canadá determinou a retirada imediata de todos os seus cidadãos do país e informou que apenas uma equipe essencial permanecerá em Bamaco. Os Estados Unidos autorizaram seus funcionários a deixarem a Argélia e pediram reforço de segurança nas embaixadas e escritórios na região.


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