As autoridades francesas anunciaram nesta terça-feira (22) a suspensão do funcionamento de uma fábrica química em Rouen, no noroeste de França, onde ocorreu uma vazamento de gás metanotiol. De acordo com um comunicado dos ministros da Ecologia e do Interior, Delphine Batho e Manuel Valls, "os serviços estatais deslocaram-se imediatamente ao local e, desde ontem à noite, foi pedida a paralisação de toda a exploração".
O metanotiol (ou mercaptanos) é utilizado para dar odor ao denominado "gás de cozinha", naturalmente inodoro, para identificar vazamentos e evitar acidentes. As autoridades francesas declararam que o gás não era tóxico e que o vazamento registava uma "concentração muito fraca" de metanotiol.
Durante a madrugada, o vento levou o odor até Paris e até ao outro lado do Canal da Mancha, onde a polícia de Sussex (no sul de Inglaterra) afirmou ter recebido telefonemas de residentes que se queixavam do cheiro do gás. A polícia de Kent (sudeste de Inglaterra) informou também ter atendido um grande número de chamadas.
Na França, os serviços de emergência receberam milhares de telefonemas, que levaram rapidamente à saturação das linhas na Normadia e na região parisiense, com várias pessoas queixando-se de náuseas e de dores de cabeça.
A Lubrizol, especializada na produção de aditivos para lubrificantes, carburantes e tintas, disse esperar que o incidente esteja resolvido durante o dia. A fábrica pertence à Berkshire Hathaway, holding do empresário norte-americano Warren Buffett. Oficialmente, o metanotiol é classificado como "tóxico por inalação" e "perigoso para o ambiente".
De acordo com o Instituto de Investigação e Segurança francês (INRS, no original), casos de intoxicação aguda foram registados em trabalhadores diretamente expostos. Em fraca concentração, as eventuais manifestações são irritação dos olhos, das mucosas respiratórias e dos olhos, informou o instituto.