Jornal Estado de Minas

Acusados do 11 de setembro boicotam audiência em Guantánamo

AFP

Cinco prisioneiros acusados de conspirar nos atentados de 11 de setembro de 2001 contra os Estados Unidos boicotaram a audiência a qual deveriam comparecer nesta terça-feira perante um tribunal militar americano em Guantánamo, depois que as autoridades censuraram alguns fragmentos de uma discussão ocorrida no dia anterior.

Khalid Cheikh Mohamed, que confessou ser o autor intelectual dos atentados, deverá enfrentar, junto com outros quatro acusados, a pena de morte se for condenado pelo assassinato de 3.000 pessoas no maior ataque ocorrido em solo americano.

Mas eles decidiram não comparecer à audiência desta terça-feira, o segundo dia dos procedimentos prévios ao julgamento, que ocorrem na base naval americana de Guantánamo, em Cuba.

"Os cinco detidos não estão presentes hoje na sala", disse o juiz militar James Pohl.

Um oficial da prisão, cujo nome não foi divulgado, disse que os acusados o informaram verbalmente e por escrito que não compareceriam à sessão desta terça-feira.

Na audiência de segunda-feira, um dos suspeitos, Yemeni Walid bin Attash, disse que os acusados não tinham "nenhum fator de motivação" para ir ao tribunal.

"Nossos advogados estão atados e nós também estamos atados", disse. "O governo não quer que digamos nada, nem que façamos nada", acrescentou.

Durante a audiência de segunda-feira, uma parte do áudio foi censurada quando os advogados começaram a discutir sobre as prisões secretas da CIA, onde os acusados foram detidos antes de serem levados a Guantánamo.

As audiências pelos atentados de 2001 contra os Estados Unidos podem ser seguidas por jornalistas de uma pequena sala contígua à sala do tribunal, através de uma parede de vídeo e com um atraso de 40 segundos na transmissão do som.