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Estado de Minas

Países doadores prometem ajuda de US$ 1,5 bilhão para civis sírios


postado em 30/01/2013 17:07 / atualizado em 30/01/2013 17:59

Os países que participaram nesta quarta-feira, no Kuwait, da conferência de doadores para a Síria se comprometeram a conceder um bilhão e meio de dólares aos sírios atingidos por 22 meses de um conflito sangrento.

"Superamos o objetivo", anunciou o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, ao fim da reunião apoiada pela ONU para tentar arrecadar 1,5 bilhão de dólares para ajudar cinco milhões de sírios no interior e refugiados em outros países.

"Mais de 1,5 bilhão de dólares foram prometidos, incluindo 184 milhões da ONU", indicou, acrescentando que "o montante exato está sendo calculado".

Kuwait e Emirados Árabes Unidos anunciaram uma ajuda de 300 milhões de dólares, cada um, na abertura da conferência. A Arábia Saudita seguiu ambos e prometeu outros US$ 300 milhões, segundo uma fonte de um país do Golfo que pediu anonimato.

O ministro das Relações Exteriores do Kuwait, Khaled al-Ahmad al-Sabah, pediu mais contribuições ao declarar que "a porta continua aberta aos países que não anunciaram ajuda".

Ban Ki-moon assegurou que os fundos prometidos serão utilizados para atender às necessidades humanitárias dos civis, considerando que a comunidade internacional envia uma mensagem aos sírios: "Vocês não estão sozinhos".

Ele reiterou seu apelo a todas as partes envolvidas no conflito sírio pelo fim dos massacres, afirmando que a solução para a crise é política e não militar.

Segundo a ONU, 60.000 pessoas morreram desde o início da onda de contestação contra o regime de Bashar al-Assad, em março de 2011. A revolta, que se transformou em uma guerra civil ao longo dos meses, obrigou milhões de pessoas a fugir e buscar refúgio.

A ONU se prepara para lançar um programa que beneficiará quatro milhões de sírios com necessidades urgentes no interior do país.

A ajuda também deve beneficiar cerca de 700.000 sírios refugiados nos países vizinhos. Este número deve chegar a 1,1 milhão até junho, se o conflito continuar, prevê a Organização das Nações Unidas.

Apelo dos países que recebem os refugiados

O presidente libanês, Michel Sleimane, cujo país acolhe mais de 200.000 refugiados sírio, declarou que Beirute necessita de 370 milhões de dólares, fazendo um apelo à comunidade internacional a "suportar este fardo com o Líbano".

O rei Abdullah II da Jordânia, onde estão refugiados mais de 300.000 sírios, ressaltou que esta situação "vai além das capacidades e meios" de seu país.

Durante a conferência, o Bahrein, primo pobre das monarquias do Golfo, anunciou uma ajuda de 20 milhões de dólares. A Alemanha informou em um comunicado do Ministério das Relações Exteriores o repasse de 10 milhões de euros (13 milhões de dólares) e lembrou que já havia fornecido em 2012 quase 103 milhões de euros (139 milhões de dólares).

A Comissão Europeia já havia indicado na terça-feira que anunciaria no Kuwait uma ajuda de 100 milhões de euros (135 milhões de dólares), somados a outros EUR 100 milhões já liberados por Bruxelas.

O governo dos Estados Unidos também anunciou na terça-feira uma ajuda de 155 milhões dólares para os refugiados, o que eleva a US$ 365 milhões a ajuda humanitária americana aos sírios.

A ONG francesa Médicos Sem fronteiros (MSF) lamentou, por sua vez, que "a ajuda internacional sofra de um grave desequilibrio" em favor das "zonas sob o controle do regime" e em detrimento das "zonas rebeldes".

A responsável pelas questões humanitárias da ONU, Valerie Amos, assegurou que a ajuda aos civis será distribuída de forma equilibrada, em resposta às críticas.

"Nós trabalhamos com um certo número de parceiros no terreno. Não há dinheiro que vai diretamente para o governo", declarou.


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