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Estado de Minas

Síria acusa Israel de bombardear centro de pesquisas militar


postado em 30/01/2013 20:25 / atualizado em 30/01/2013 20:38

O Exército sírio anunciou nesta quarta-feira à noite que a aviação israelense havia "bombardeado diretamente" no início da manhã um centro militar de pesquisas situado entre Damasco e a fronteira libanesa.

"Um avião de combate israelense violou nosso espaço aéreo ao amanhecer e bombardeou diretamente um centro de pesquisas para aperfeiçoamento da resistência e da autodefesa na região de Jomrayah, na província de Damasco", afirmou o Exército em um comunicado divulgado pela agência oficial Sana.

O Exército indicou dois funcionários mortos e cinco feridos neste centro, que ficou "parcialmente destruído".

"Israel coopera com os países hostis ao povo sírio e com seus aliados no interior (da Síria) para atacar locais vitais e militares do Estado sírio na tentativa de enfraquecer sua atuação de apoio à resistência", acusa o governo no comunicado.

O Exército acrescenta "que grupos terroristas tentaram em vão em diversas oportunidades nos últimos meses entrar e tomar o local". O regime identifica os rebeldes como terroristas armados e financiados no exterior.

Este ataque prova "a todos que Israel é o motor, o beneficiário e, talvez, o autor dos atos terroristas contra a Síria e seu povo resistente, em coordenação com os países que apoiam o terrorismo, liderados pela Turquia e pelo Qatar", acrescenta o Exército.

O comunicado explica também que "os aviões de combate israelenses penetraram (na Síria) voando a uma altitude superior à detectada pelos radares".

Moradores das imediações de Damasco haviam dito anteriormente à AFP que mísseis tinham atingido na terça, por volta das 23h30 (19h30 de Brasília), um centro de pesquisas de armas não convencionais.

Segundo eles, o centro localizado em Al-Hameh, cerca de quinze quilômetros a noroeste de Damasco, foi atingido por seis mísseis que o destruíram parcialmente, causando um incêndio e deixando pelo menos dois mortos.

Um vídeo divulgado na internet por militantes contrários ao regime da região mostra explosões ocorridas à noite.

Procurado pela AFP, uma porta-voz do Exército israelense se negou a fazer comentários.

O Exército sírio nega essas informações em seu comunicado, afirmando que nenhum comboio foi atingido e que Israel é culpado de uma "agressão contra a soberania síria" que "não enfraquecerá a resistência".

O Exército libanês indicou o sobrevoo particularmente intenso de seu território, afirmando que 16 aviões de combate israelenses haviam entrado no espaço aéreo libanês durante a terça-feira.

O Exército israelense deslocou no domingo duas baterias do sistema antimísseis Cúpula de ferro para o norte do país para uma eventual ação militar contra alvos na Síria e no Líbano.

Em Washington, a Casa Branca e o Departamento de Estado se recusaram a comentar a ação israelense. O chefe do serviço de inteligência militar israelense, general Aviv Kochavi, está em Washington, onde se reuniu com o oficial americano de mais alta patente, o general Martin Dempsey, indicaram à AFP duas autoridades americanas da Defesa.

Ainda nesta quarta, o chefe da coalizão opositora síria, Ahmed Moaz al-Khatib, surpreendeu ao afirmar que está disposto a negociar, sob condições, com representantes do regime de Damasco.

"Em sinal de boa vontade por uma solução política para a crise e para abrir caminho a um período de transição que acabe com o derramamento de sangue, anuncio que estou disposto a negociar diretamente com representantes do regime sírio no Cairo, em Túnis ou em Istambul", afirmou Khatib.

Khatib estabeleceu duas condições: a libertação "das 160.000 pessoas" presas durante a revolta contra o regime e a renovação dos passaportes dos sírios no exterior por parte das embaixadas para que não sejam detidos em sua volta ao país.

Apesar de ter assegurado que se tratava de uma posição pessoal, essas declarações provocaram a rejeição de parte da oposição, principalmente do Conselho Nacional Sírio (CNS), principal componente da Coalizão.

O CNS ressaltou em um comunicado que esta atitude "não reflete a posição da Coalizão e vai de encontro aos princípios fundamentais da Coalizão (...) que rejeita dialogar com o regime assassino".

O presidente sírio, Bashar al-Assad, havia proposto no início de janeiro um plano de saída da crise que previa um diálogo nacional em Damasco, acrescentando que não negociaria com aqueles que pegaram em armas contra o regime. A oposição havia rejeitado imediatamente essa proposta e imposto como condição para qualquer diálogo a saída Assad.

Terça-feira, a oposição tolerada pelo regime indicou estar preparada para um diálogo para aplicar o acordo de Genebra que prevê uma transição na Síria.

No terreno, 102 pessoas morreram nesta quarta-feira, entre elas 35 civis, segundo uma organização não-governamental síria. O conflito deixou mais de 60.000 mortos desde março de 2011, segundo a ONU.

Nesta quarta, em uma reunião promovida pela ONU no Kuwait, cerca de 60 países participantes prometeram doar um total de 1,5 bilhão de dólares em ajuda humanitária aos sírios.


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