Jornal Estado de Minas

Blogueira cubana Yoani Sánchez recebe passaporte e já pode viajar

AFP

A blogueira opositora cubana Yoani Sánchez, que foi impedida de deixar a ilha várias vezes pelo governo, recebeu nesta quarta-feira seu passaporte, o que a habilita para viajar ao exterior com a reforma migratória colocada em vigor no dia 14 de janeiro, informou a própria dissidente.

"Incrível!! Ligaram para a minha casa (do escritório da migração) para dizer que meu passaporte já estava pronto! Acabam de me entregá-lo!", escreveu na rede social Twitter a blogueira, de 37 anos, premiada internacionalmente em diversas oportunidades.

"Estou feliz e triste: por um lado já tenho meu documento para viajar, mas vários amigos não receberam permissão", acrescentou Sánchez, que solicitou no mesmo dia 14 de janeiro seu passaporte no escritório de migração do bairro de El Vedado, de Havana.

Em Moya, um ex-preso político e marido da líder das Damas de Branco, Berta Soler, teve seu passaporte negado por estar em liberdade provisória desde 2011 (por uma condenação a 20 anos de prisão), como resultado de um inédito diálogo entre a Igreja Católica e o governo de Raúl Castro.

Sánchez, filóloga e autora do elogiado blog "Generación Y", não conseguiu visitar o Brasil no início do ano passado, apesar de ter obtido o visto, devido ao fato de o governo ter se negado a conceder a permissão de saída do país, que estava vigente há meio século e que foi eliminado com a reforma migratória.

O governo comunista já havia negado a Sánchez a permissão de saída cerca de vinte vezes.

Sánchez recebeu em 2008 o Prêmio Ortega y Gasset do jornal espanhol El País na área de jornalismo digital. Nesse mesmo ano a revista Time a situou entre as 100 pessoas mais influentes do mundo e a rede americana CNN classificou o seu blog entre os 25 melhores do planeta.

Apesar de ser uma celebridade internacional, a blogueira é quase desconhecida dentro de Cuba (principalmente fora de Havana), onde a oposição é ilegal, os meios de comunicação estão sob controle do Estado e o acesso à internet é limitado e não existe banda larga.