O mediador internacional para a Síria, Lakhdar Brahimi, disse nesta quinta-feira que não planeja voltar a Damasco, e deu uma resposta cautelosa à oferta de um líder da oposição de realizar o diálogo com representantes do governo sírio.
"É digno de destaque", disse Brahimi sobre uma declaração do líder da oposição Ahmed Moaz al-Khatib de que estava "pronto para discussões diretas" fora da Síria.Porém, o emissário das Nações Unidas e da Liga Árabe na Síria afirmou que a reação do governo e de outros representantes da oposição é crucial.
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ONU expressa 'grave preocupação' com informes de ataque de Israel à SíriaSíria acusa Israel de bombardear centro de pesquisas militarCerca de 80 corpos de jovens executados são encontrados na SíriaJá o Conselho Nacional Sírio (CNS), que reúne os grupos opositores, informou, nesta quinta-feira, em um comunicado que "qualquer negociação ou diálogo deve ser sobre a saída do regime e seus pilares".
Brahimi e os enviados diplomáticos assinalaram que Khatib estabeleceu importantes condições para a negociação, como a libertação de 160.000 detidos pelas forças do governo do presidente Bashar al-Assad.Em meio a previsões pessimistas sobre uma possível saída negociada do conflito, que dura 22 meses, Brahimi disse que não retornará à Síria a menos que se modifique o curso dos acontecimentos.
"Se eu for à Síria, será porque tenho necessidade de fazer algo lá", disse ao serviço de informação da ONU.Brahimi pediu na terça que o Conselho de Segurança aja para pôr fim aos "níveis de horror sem precedentes" na guerra civil desse país que já tirou mais de 60.000 vidas.
"Nossos esforços para estabelecer negociações não foram muito bem sucedidos. Mas as campanhas militares também não tiverem muito êxito para pôr fim ao conflito", afirmou à agência de notícias da ONU."Ninguém disse que seria fácil. Mas talvez negociar seja melhor do que matar uns aos outros".
Brahimi fez um novo apelo ao Conselho de Segurança para que se una e se baseie na declaração estabelecida pelas potências em Genebra, no dia 30 de junho, para exigir uma transição política.A declaração -aceita pela Rússia, que bloqueou três resoluções do Conselho de Segurança sobre a Síria, e pelos Estados Unidos- pede a formação de um governo de transição com plenos poderes executivos.