O chanceler argentino, Héctor Timerman, classificou nesta sexta-feira de ilegal o referendo previsto para março nas Malvinas através do qual seus habitantes definirão se querem se manter como território de ultramar da Grã-Bretanha, em meio à disputa de soberania pelas ilhas entre os dois países.
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Argentina rejeita proposta de Londres para reunião sobre MalvinasArgentina não descarta atentado contra navio usado na Guerra das MalvinasGoverno das Ilhas Malvinas convoca plebiscito sobre relação política com o Reino UnidoArgentina denuncia arsenal nuclear britânico nas MalvinasChanceler argentino nega validade legal do referendo sobre as Ilhas MalvinasArgentina diz que habitantes das Malvinas não têm legitimidadeUma nova escalada verbal é registrada entre os dois países pela histórica disputa de soberania nas Malvinas, a 40 dias do referendo que será realizado nos dias 10 e 11 de março.
A disputa se aprofundou depois que o chanceler argentino rejeitou a proposta de seu colega britânico, William Hague, de realizar em Londres uma reunião trilateral com representantes das Malvinas, que não são considerados por Buenos Aires como parte envolvida no conflito de soberania.O governo britânico disse nesta sexta-feira estar decepcionado pela negativa do ministro das Relações Exteriores de realizar o encontro trilateral.
Timerman, por sua vez, disse que o Reino Unido "quer ter uma base militar nas Malvinas com projeção na Antártida" e denunciou que o arquipélago "é o território mais militarizado do mundo, com um soldado a cada três habitantes"."Não há nenhum país no mundo que reconheça os direitos britânicos nas Malvinas", acrescentou o chanceler, que afirmou que, de qualquer forma, viajará no domingo a Londres para se reunir com setores que são a favor do diálogo bilateral.
Timerman lembrou que a ONU emitiu 40 resoluções convocando Buenos Aires e Londres a negociar pela soberania das Malvinas, o que o país europeu se recusa a fazer.Os dois países travaram uma guerra em 1982 por 74 dias que culminou com a rendição da Argentina, então governada por uma ditadura, e que deixou um saldo de 649 argentinos e 255 britânicos mortos.