Pelo menos 18 manifestantes ficaram feridos em confrontos noturnos com a polícia no Egito, durante o funeral de um ativista que morreu na prisão.
Uma fonte do ministério da Saúde afirmou que os confrontos aconteceram em Tanta, no delta do Nilo, onde, segundo testemunhas, as forças de segurança usaram gás lacrimogêneo e balas de borracha contra os manifestantes, que responderam com pedras, durante o funeral do ativista Mohamed al-Guindi.
O chefe da polícia da região, Hatem Othman, afirmou que os manifestantes incendiaram um veículo policial blindado e lançaram coquetéis Molotov contra a prefeitura e a delegacia.
"Prendemos os jovens que colocaram fogo no veículo blindado. São oito ou nove", disse Othman.
Mohamed al-Guindi, 28 anos, desapareceu em 25 de janeiro na Praça Tahrir do Cairo, onde participava em uma manifestação por ocasião do segundo aniversário da revolta contra o ex-presidente Hosni Mubarak, que se transformou em um protesto contra o atual chefe de Estado, o islamita Mohamed Mursi.
Segundo os advogados, o ativista foi torturado em uma delegacia antes de ser levado para um hospital, onde, segundo o ministério da Saúde, chegou inconsciente e com uma hemorragia interna. Ele entrou em coma e faleceu na segunda-feira.
A morte aconteceu poucos dias depois da divulgação de um vídeo que provocou comoção no país e que mostra policiais arrastando e agredindo um homem nu durante uma manifestação, sexta-feira passada, diante do palácio presidencial do Cairo.
O ministro da Cultura, Mohamed Saber Arab, pediu demissão na segunda-feira em protesto contra estas imagens, destacou a imprensa.
Uma fonte do governo negou que a demissão esteja relacionada com o episódio.