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França critica que interesse nacional prime sobre o europeu


postado em 05/02/2013 09:10

O presidente francês, François Hollande, criticou nesta terça-feira que o "interesse nacional prime sobre o europeu", dois dias antes da cúpula sobre o orçamento 2014-2020 dos dirigentes da União Europeia.

"Está certo que economizemos, mas não que enfraqueçamos a economia", disse Hollande perante o Parlamento Europeu de Estrasburgo, na França.

"Devem ser razoáveis todos aqueles que querem amputar o orçamento europeu para além do que é possível aceitar", disse.

Os dirigentes da UE se reúnem na quinta e sexta-feira em uma nova cúpula sobre o orçamento plurianual, mas as possibilidades de um acordo são muito escassas diante de posturas opostas entre Alemanha e Reino Unido, que querem mais cortes, e Espanha, Itália ou França, que resistem a perder as ajudas europeias.

A cúpula europeia para negociar o orçamento dos próximos sete anos terminou em novembro sem um acordo entre os chefes de Estado e de Governo dos 27 países.

De um lado, os grandes contribuintes, como Reino Unido e Alemanha, apoiados por Holanda, Áustria e Finlândia, pedem cortes adicionais sobre a primeira proposta de Van Rompuy, enquanto do outro lado cerca de 20 países, liderados por Espanha, Itália e França, querem impedir cortes nas ajudas recebidas por setores como a agricultura, a solidariedade e a coesão (para impulsionar o crescimento e o emprego), em meio a uma prolongada crise da dívida.

"O risco agora não é a indiferença em relação à UE, mas a ruptura", advertiu Hollande perante o Parlamento.

Em uma referência clara ao Reino Unido, Hollande afirmou: "a UE não é um projeto no qual se pode debater o que já foi alcançado. Não é uma Europa à la carte".

Há tempos, Londres mostra sinais de um afastamento progressivo do projeto europeu.

Cada vez mais pressionado pelos eurocépticos de seu país, o primeiro-ministro britânico, David Cameron, se comprometeu a organizar antes de 2018 um referendo sobre a permanência do Reino Unido na UE.

O Reino Unido quer demonstrar que a mesma austeridade pedida aos países da UE deve ser aplicada nas instituições europeias.


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