Jornal Estado de Minas

Argentina diz que habitantes das Malvinas não têm legitimidade

Ministro argentino afirmou que ilhas voltarão para domínio do páis "antes de 20 anos"

AFP

Ministro afirmou que em no máximo 20 anos ilhas retornarão aos argentinos - Foto: Leon Neal / AFP

O ministro das Relações Exteriores da Argentina, Héctor Timerman, explicou nesta quarta-feira sua negativa em se reunir com representantes das Malvinas (Falklands, para os britânicos), alegando que os habitantes dessas ilhas, alvo de uma disputa com o Reino Unido, não possuem legitimidade.

"Não existem os Falkland Islanders (algo como "ilhéus das Falkland"), existem cidadãos britânicos que habitam as ilhas Malvinas", afirmou taxativo em uma coletiva de imprensa realizada na residência da embaixadora argentina em Londres.

O chanceler argentino relembrou que "as Nações Unidas não reconhecem uma terceira parte no conflito", apenas o Reino Unido e a Argentina, e que em mais de 40 resoluções os dois lados foram convocados a negociar uma solução pacífica a disputa das ilhas, motivo de uma sangrenta guerra em 1982 entre os dois países.

"Quando (os britânicos) reconhecerem que existem duas partes, vamos resolver o conflito bem antes de 20 anos", declarou Timerman no dia seguinte à entrevista que deu à imprensa britânica afirmando que as Malvinas - que permanecem sob controle britânico desde 1833 - voltarão para domínio da Argentina em duas décadas.

"Portanto, o que estamos dizendo é que vamos continuar esperando e insistindo em dialogar", acrescentou.

O Reino Unido recusou até o momento qualquer diálogo com a Argentina sobre a questão da soberania das Malvinas, amparando-se no direito de autodeterminação dos moradores da ilha que, em março, deverão realizar um referendo para demonstrar seu apoio ao atual estatuto de habitante de um Território de Ultramar do Reino Unido.

Timerman finaliza nesta quarta-feira uma visita de trabalho de dois dias em Londres para uma reunião com 18 grupos europeus que apoiam e promovem o diálogo entre o Reino Unido e a Argentina.