Pelo menos nove mulheres que participavam de uma campanha de vacinação contra a poliomielite no norte da Nigéria foram assassinadas nesta sexta-feira, informaram autoridades locais. A polícia acredita que elas tenham sido mortas por seguidores de uma seita radical islâmica contrária à vacinação contra a paralisia infantil.
A vacinação contra a poliomielite é motivo de tensão no norte da Nigéria, onde diversos clérigos islâmicos opõem-se às campanhas patrocinadas tanto pelo governo quanto por agências filiadas à Organização das Nações Unidas (ONU). Eles alegam, entre outras coisas, que a imunização seria um complô liderado pelos Estados Unidos para tornar os muçulmanos inférteis ou infectá-los com o vírus causador da aids.
A Nigéria é, na atualidade, um dos poucos países onde a pólio ainda é considerada endêmica.
Crianças com menos de cinco anos são as principais vítimas da doença. O contágio se dá quando pessoas não vacinadas entram em contato com as fezes de pessoas contaminadas com o vírus, geralmente através da água. Ela ataca o sistema nervoso, provoca paralisia, atrofia muscular, deformação e, em muitos casos, a morte. Apenas uma em cada 200 crianças infectadas desenvolve os sintomas