A Unesco está mobilizada para reconstruir os mausoléus e salvar os manuscritos de Timbuktu destruídos por islamitas armados e deve realizar uma missão de avaliação nesta cidade do norte do Mali, declarou nesta quinta-feira em Dacar sua diretora-geral, Irina Bokova.

"A Unesco permanece muito mobilizada" após a "desgraça" do que ocorreu em Timbuktu, disse à imprensa Bokova, que esteve no Mali junto com o presidente francês, François Hollande, no dia 2 de fevereiro. Os islamitas armados, disse, "queimaram manuscritos de uma riqueza islâmica extraordinária".

"Assim que a situação permitir, enviaremos uma missão de especialistas para avaliar o cenário. Estamos muito mobilizados para acompanhar as autoridades e as populações na reconstrução dos mausoléus. Temos os planos, as fotos e a experiência" necessários, acrescentou.

A representante da Unesco disse ainda que está preocupada com o eventual tráfico de manuscritos. "Começamos a trabalhar com os países vizinhos" para impedir essa atividade, disse ela, que defendeu a necessidade de "fazer todo o possível para preservá-los" para as gerações futuras.

Os grupos islamitas que ocupavam o norte do Mali antes de serem parcialmente expulsos pelas forças armadas malinenses apoiadas pelas tropas francesas e de outros países africanos, destruíram vários mausoléus de santos muçulmanos e muitos manuscritos em Timbuktu, cidade mítica da região e antigo centro intelectual do Islã na África.

Bokova, que chegou na quarta-feira a Dacar, já havia lançado anteriormente um projeto regional educativo para os países da África Subsaariana.

Nesta quinta, ela visitou um projeto da Unesco para a alfabetização de meninas nos subúrbios de Dacar e foi recebida pelo presidente Macky Sall, segundo a imprensa oficial.