Vários mergulhadores rastreavam o fundo de um lago russo neste sábado, em busca de fragmentos de um meteorito que caiu na véspera na Terra como uma bola incandescente e cujas ondas de choque deixaram cerca de 1.200 feridos, provocando danos em milhares de lares da Rússia.
Este meteorito de cerca de 10 toneladas atravessou o céu dos Urais na manhã de sexta-feira, quando o mundo se preparava para o encontro com um grande asteróide, o que levou posteriormente algumas autoridades russas a pedirem a criação de um sistema mundial de defesa de objetos espaciais.
A queda surpreendente do meteorito parou o trânsito na cidade industrial de Chelyabinsk, cujos habitantes saíram às ruas para contemplar o clarão provocado pelo corpo celeste antes de buscarem refúgio, enquanto uma explosão quebrava os vidros das janelas e ativava os alarmes dos automóveis. Muitas pessoas foram feridas pelos estilhaços de vidro.
"Temos uma equipe especial (...) que agora está avaliando a estabilidade sísmica dos edifícios", disse aos vizinhos o ministro das Situações de Emergência, Vladimir Pushkov, enquanto inspecionava os danos nesta cidade do centro da Rússia.
"Teremos muito cuidado ao ligar novamente o gás", afirmou Pushkov na televisão.
Um fragmento do meteoro - chamado de meteorito depois que toca o solo - aparentemente caiu nas águas geladas do Lago Shebarkul, na região de Chelyabinsk.
No entanto, Pusjkov ressaltou que não foram encontrados fragmentos em nenhuma parte da região até o momento, embora 20.000 socorristas tenham sido enviados ao local na sexta-feira.
Os cientistas da agência espacial americana Nasa consideraram que a quantidade de energia liberada na sexta-feira no impacto com a atmosfera foi cerca de 30 vezes superior à força da bomba atômica lançada pelos americanos contra a cidade japonesa de Hiroshima durante a Segunda Guerra Mundial.
"Nós esperamos que um acontecimento desta magnitude ocorra uma vez a cada 100 anos, em média", afirmou Paul Chodas, do Escritório de Programação de Objetos próximos à Terra da Nasa.
"Quando há uma bola de fogo deste tamanho, esperamos que muitos meteoritos cheguem à superfície e, neste caso, provavelmente alguns foram grandes", disse em um comunicado publicado no site da Nasa.
A queda do meteorito na Rússia ocorreu poucas horas antes de um asteróide - um objeto espacial similar a um pequeno planeta em órbita ao redor do sol - passar perto da Terra, a uma distância sem precedentes de 27.000 km.
Isto significa uma distância menor da Terra que alguns satélites distantes e provocou pânico em certos círculos russos.
"Em vez de lutar na Terra, as pessoas deveriam criar um sistema conjunto de defesa dos asteróides", afirmou o chefe do Comitê de Assuntos Exteriores do Parlamento russo, Alexei Pushkov, em sua conta no Twitter na sexta-feira.
Este estreito aliado do presidente russo Vladimir Putin convocou os "Estados Unidos a se unirem a nós e à China criando um Sistema de Defesa contra Asteróides".