O presidente do Equador, Rafael Correa, que se proclamou vencedor das eleições presidenciais deste domingo, dedicou a vitória ao colega e aliado venezuelano, Hugo Chávez, que se recupera em Cuba de uma cirurgia contra um câncer.
"Aproveito a oportunidade para dedicar esta vitória a esse grande líder latino-americano que mudou a Venezuela, comandante Hugo Chávez Frías", exclamou Correa durante uma entrevista coletiva no palácio presidencial de Carondelet, no centro colonial de Quito.
O presidente socialista desejou a Chávez "uma pronta recuperação e o melhor dos futuros para sua queridíssima Venezuela. Eu o admiro muito."
Correa considerou um exagero de um setor da imprensa privada que Chávez seja apresentado como líder da esquerda latino-americana, e negou ter interesse em herdar esta influência diante de uma ausência do governante venezuelano.
"Estamos construindo isso juntos. É a imprensa, são certos grupos, que colocam Hugo como líder, o caudilho, e que todos estamos atrás, quando nós que o conhecemos sabemos que ele é a pessoa mais simples do mundo", afirmou.
Falando em nome de Chávez e de seus colegas de Argentina, Bolívia e Nicarágua, e dos líderes cubanos - Raúl e Fidel Castro-, Correa afirmou que "não buscamos nada para nós, e sim estaremos onde formos mais úteis para nossas pátrias pequenas e para a pátria grande", referindo-se aos respectivos países e à América Latina.
Sobre o caso do fundador do portal WikiLeaks, o australiano Julian Assange, asilado na embaixada do Equador em Londres, Correa disse que o caso deve ser solucionado com rapidez, e que isso depende da Europa. "O que existe é uma situação diplomática que tem que ser solucionada o mais rapidamente possível, e tudo está nas mãos da Europa."
"O Equador fez o que deveria fazer no exercício de sua soberania", insistiu Correa, defendendo a decisão de proteger Assange, a quem a Grã-Bretanha não concedeu um salvo-conduto para que deixe Londres.
O presidente equatoriano assinalou que "é um caso que foi analisado profundamente, e ficou evidente que, sim, havia um risco à sua vida. Por esse asilo, não entendemos por que pode existir um problema entre a Grã-Bretanha e o Equador."
"Não pode existir um problema por causa de um asilo, isto é neocolonialismo", afirmou Correa.