Brasília – Em meio às discussões sobre sua renúncia e sucessão, o papa Bento XVI, de 85 anos, passará a semana em retiro espiritural até sábado (23). Em decorrência do período de meditações, ele cancelou todas as atividades. Ao longo desta semana, no entanto, Bento XVI deverá se reunir com o secretário particular, Georg Ganswein, para despachar os assuntos considerados urgentes. A próxima atividade ocorrerá apenas no dia 23.
Ao encerrar o período de orações, ele se reunirá em audiência privada e de despedida com o presidente da Itália, Giorgio Napolitano. O porta-voz do Vaticano, Federico Lombardi, lembrou que o período de retiro para meditações durante a Quaresma é habitual.
Após renunciar, no dia 28, Bento XVI passará a viver, pelo menos por dois meses, na residência pontifícia de Castel Gandolfo. Depois, ele viverá no mosteiro de clausura, no Vaticano, que está sendo reformado. Segundo o porta-voz, a escolha do mosteiro foi proposital para permanecer próximo ao Vaticano.
Bento XVI avisou que depois da renúncia vai se retirar da vida pública e passar a viver escondido, expressões utilizadas por ele na última semana. Nas missas e audiências, o papa reiterou a necessidade de renovação da fé, da Igreja Católica Apostólica Romana, da humildade e da sinceridade.
No próximo dia 27, Bento XVI terá uma audiência geral com 35 mil pessoas, mas é possível que esse número seja ainda maior, segundo o porta-voz do Vaticano. Ontem (17) o papa celebrou missa na Praça São Pedro, reunindo mais de 50 mil pessoas. Falando em vários idiomas, Bento XVI enviou mensagens sobre a Quaresma e a necessidade de desmascarar as farsas.
"Jesus teve que desmascarar e repelir as falsas imagens de Messias que o tentador lhe propunha. Mas essas tentações são também falsas imagens do homem, que em todos os tempos insidiam a consciência, travestindo-se de propostas convenientes e eficazes, até mesmo boas", ressaltou Bento XVI.