O governo venezuelano criticou nesta quarta-feira a "nova e grosseira ingerência" dos Estados Unidos na política do país, depois que a porta-voz do departamento de Estado, Victoria Nuland, pediu na véspera que se respeite a Constituição da Venezuela no caso de o presidente Hugo Chávez ficar "indefinidamente incapacitado" de governar.
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Caso Chávez fique "indefinidamente incapacitado para governar, entendemos que a Constituição venezuelana estabelece uma nova eleição para designar um novo presidente", declarou Nuland em coletiva de imprensa.Mas destacou que "como será uma transição, esta é uma decisão dos venezuelanos".
Washington espera que uma eventual eleição seja "livre, justa e equilibrada, com acesso livre para a imprensa", ressaltou.Reeleito no dia 7 de outubro, Chávez não pôde tomar posse em 10 de janeiro como prevê a Constituição por estar hospitalizado em Havana após a quarta operação contra um câncer em dezembro. O Supremo Tribunal de Justiça aprovou que assumisse o mandato em uma data posterior, decisão que foi criticada pela oposição.
A Venezuela e os Estados Unidos mantêm relações diplomáticas tensas e, desde 2010, estão sem os seus respectivos embaixadores, apesar de Caracas vender quase um milhão de barris diários de petróleo a Washington. Recentemente, os dois países mantiveram alguns contatos que visavam a melhorar os laços.