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Estado de Minas

Yoani quer fim de embargo dos EUA

Acolhida pela oposição no Congresso Nacional, blogueira cubana compara brasileiros a seus patrícios, "mas livres"


postado em 21/02/2013 00:12 / atualizado em 21/02/2013 07:46

Presença da blogueira no Congresso foi marcada por tumulto(foto: REUTERS/Fabio Rodrigues-Pozzebom )
Presença da blogueira no Congresso foi marcada por tumulto (foto: REUTERS/Fabio Rodrigues-Pozzebom )

Brasília
– A blogueira cubana Yoani Sanchez defendeu ontem na capital brasileira o fim do embargo econômico dos Estados Unidos a seu país e se disse contrária à existência da Base de Guantánamo em solo cubano. Criadora do blog Generación Y, Yoani é contrária ao regime cubano, e narra situações da vida cotidiana em Cuba, incômodas para a ditadura dos irmãos Raúl e Fidel Castro. Ao mesmo tempo, ela mesma é alvo de críticas de setores da esquerda favoráveis ao regime castrista e que a veem como uma “mercenária”. “O embargo norte-americano deve terminar já. Como método de pressão, é um fracasso. O embargo é hoje a situação fundamental que o governo usa para mostrar seu fracasso econômico. Defendo o fim do embargo para ver como o governo cubano vai explicar seu fracasso”, afirmou, em resposta a questionamentos do senador Eduardo Suplicy (PT-SP) e do deputado Glauber Braga (PSC-RJ).

A passagem da blogueira pela Câmara dos Deputados foi usada como palanque pela oposição. Mais de 20 parlamentares oposicionistas se aglomeraram na mesa da Comissão de Constituição e Justiça, onde Yoani acompanhou a exibição parcial do documentário Conexão Cuba Honduras, do qual é uma das protagonistas. Ao seu lado esquerdo ficou o senador Aécio Neves (PSDB-MG), potencial candidato à Presidência em 2014. Parlamentares conservadores, como Jair Bolsonaro (PP-RJ) e Ronaldo Caiado (DEM-GO) também marcaram presença. O senador Eduardo Suplicy (PT-SP) estava no grupo. Os parlamentares praticamente não prestaram atenção no documentário, de menos de 10 minutos, que foram exibidos num telão. Eles estavam mais preocupados em falar com a cubana. Grupos pró e contra a blogueira entoavam coros no corredor ao lado do plenário.

A chegada de Yoani ao Congresso foi bastante tumultuada, menos por manifestantes e mais pela presença de dezenas de jornalistas e seguranças. Algumas pessoas caíram no chão, mas não houve feridos. Ao contrário da recepção à blogueira em Pernambuco e na Bahia, havia oito manifestantes contrários à cubana na Câmara, com bandeira de Cuba. Sobre os protestos contra ela, Yoani disse que deixará o Brasil com “a lembrança do pluralismo”. “Os brasileiros são como os cubanos, mas livres”, disse. A vinda da blogueira ao Brasil ocorre depois de anos de tentativas de autorização oficial para deixar Cuba. Yoani foi recebida no aeroporto de Brasília pelo deputado Otávio Leite (PSDB-RJ), de quem recebeu uma camisa do Brasil, e seguiu direto para o Congresso. Ela é acusada por manifestantes, essencialmente, de ser uma colaboradora dos Estados Unidos, com o objetivo de desestabilizar o governo cubano. A principal evidência nesse sentido, usada pelos manifestantes, é o registro de alguns encontros com oficiais da representação norte-americana em Havana, segundo revelaram telegramas confidenciais revelados pelo Wikileaks.


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