- Foto: AFP PHOTO / VINCENZO PINTO Cidade do Vaticano – O papa Bento XVI pode alterar as regras que regem o conclave da Igreja em que cardeais de todo o mundo se reunirão no próximo mês para, secretamente, eleger o seu sucessor, anunciou o Vaticano ontem. Bento XVI estava estudando a possibilidade de fazer alterações em duas leis estabelecidas por seu antecessor, o papa João Paulo II, antes de renunciar em 28 de fevereiro, disse um porta-voz. As mudanças podem afetar a data de início do conclave. O porta-voz padre Federico Lombardi disse que Bento XVI estava considerando fazer mudanças que iriam “harmonizar” dois documentos aprovados pelo seu antecessor. Um rege o período em que o papado está vago, conhecido como “Sé vacante”, e outro é mais específico sobre o funcionamento do conclave depois que ele começa.
A constituição apostólica (Universi Dominici Gregis ), editada pelo papa João Paulo II em 1996, estipula que um conclave deve começar entre 15 e 20 dias após o papado ficar vago, o que significa que não pode começar até 15 de março, sob as regras atuais. Alguns cardeais acreditam que um conclave deve começar mais cedo, a fim de reduzir o tempo em que a Igreja Católica Romana ficará sem um líder. Cardeais de todo o mundo já começaram consultas informais por telefone e e-mail para a construção de um perfil do homem que eles acham que seria mais adequado para liderar a Igreja em um período de crise contínua. Cerca de 117 cardeais com menos de 80 anos terão o direito de entrar no conclave, que é realizado na Capela Sistina.
SAÚDE Os problemas de saúde do papa Bento XVI pareceram se multiplicar nos últimos anos e seu médico o desaconselhou a viajar de avião. A revelação foi feita ontem no blog Vatican Insider, de Marco Tosatti, setorista do Vaticano do jornal La Stampa, explicando a renúncia do pontífice. “A viagem para a Jornada Mundial da Juventude no Rio de Janeiro (de 23 a 28 de julho) deveria ser evitada”, disse o vaticanista.
JOÃO PAULO II O prefeito da Congregação para as Causas dos Santos, cardeal Angelo Amato, declarou que o processo de canonização do papa João Paulo II “vai muito bem”. Em uma declaração num encontro na Pontifícia Universidade Lateranense, Amato, porém, não confirmou se a congregação recebeu a documentação de um milagre atribuído ao papa e necessário para a finalização do processo de canonização.