O presidente islamita do Egito, Mohammed Moris, convocou eleições parlamentares para abril em um esforço de amenizar a frustração - manifestada nas ruas - por causa do contínuo impasse político que assola a nação.
Um decreto de Morsi, emitido no fim da noite desta quinta-feira, estabeleceu o início do processo eleitoral de quatro etapas para o dia 27 de abril. A última rodada acontecerá em junho, de acordo com o documento. O parlamento recém-eleito deverá convocar sua primeira sessão para o dia 6 de julho.
Em reação ao decreto de Morsi, Mohamed ElBaradei, que lidera o principal partido de oposição, a Frente Nacional de Salvação, alega que a medida vai inflamar ainda mais as tensões políticas do país.
ElBaradei escreveu em sua conta no Twitter nesta sexta-feira que a decisão do presidente Mohammed Morsi de "ir para as eleições parlamentares em meio a uma grave polarização social e erosão da autoridade do Estado é uma receita para o desastre".
O partido de ElBaradei já avisou que boicotará a votação a menos que haja negociações com o presidente visando uma reconciliação real. Ele também disse que boicotará o processo eleitoral se as leis forem escritas pelo parlamento provisório islâmico liderado pela Irmandade Muçulmana, de Moris.
Desde a saída do antigo líder autoritário Hosni Mubarak, os egípcios passaram por uma série de referendos, eleições presidenciais e parlamentares. O primeiro parlamento eleito foi dissolvido por ordem judicial em junho passado.A Irmandade tem ganhados nas urnas desde o levante do Egito há dois anos, enquanto a oposição - predominantemente secular e liberal - tem ficado para trás.