Anistia Internacional (AI) pediu nesta sexta-feira às autoridades de Haiti de garantir que o ex-ditador Jean-Claude Duvalier não deixe o país para que possa comparecer diante da justiça.
A ONG diz ter ficado preocupada quando soube, de acordo com suas informações, que Duvalier "teria recebido um passaporte diplomático".
"A ausência de Duvalier de três audiências foi uma falta de respeito às vítimas", denunciou AI numa coletiva de imprensa.
Já a Human Rights Watch afirmou em outra coletiva que o caso Duvalier era "um teste para a justiça haitiana".
"Esperamos que a justiça terá a coragem de deixar o direito triunfar", declarou a responsável da ONG, Danielle Magloire.
Um juiz haitiano pediu na quinta-feira para que Duvalier, acusado de ter detido de forma arbitrária e torturado opositores, seja levado ao Tribunal de Apelações de Porto Príncipe para ser ouvido e convocou uma nova audiência na próxima quinta-feira, após o ex-ditador faltar pela terceira vez uma convocação da justiça.
"Baby Doc", filho do também ex-ditador François "Papa Doc" Duvalier, assumiu o poder em 1971, com apenas 19 anos.
Destituído em 1986 depois de uma rebelião popular, ele voltou ao país em janeiro de 2011 após 25 anos de exílio na França.