Caracas – O governo venezuelano afirmou que o presidente Hugo Chávez, hospitalizado em Caracas desde segunda-feira, revisou na sexta-feira temas do Executivo com assessores e desmentiu os boatos que circularam na internet sobre uma suposta situação de instabilidade política e militar. “O presidente segue com a “assistência de uma cânula (traqueal) para apoiar-se na respiração e se comunicou conosco (...) por distintas vias escritas para dar orientações de governo”, afirmou o vice-presidente Nicolás Maduro após uma reunião de cinco horas e meia com Chávez no hospital militar. Maduro, que fez a declaração à meia-noite para o canal oficial VTV no hospital militar, informou que, ao lado de altos funcionários do governo, abordou com Chávez diversos temas, especialmente da área econômica e de defesa.
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Oposição venezuelana suspeita das declarações oficiais sobre saúde de ChávezChávez faz reuniões com equipe econômica em hospitalEm janeiro, a Assembleia Nacional concedeu ao presidente uma permissão indefinida de ausência do país para tratar a doença, enquanto o Tribunal Supremo de Justiça autorizou a posse quando Chávez estiver em condições. Chávez nomeou Maduro como herdeiro político e candidato do governo no caso de uma eventual nova eleição.
Os venezuelanos, acostumados com o drama e a especulação sobre a saúde de Chávez desde que seu câncer foi detectado, em junho de 2011, agora se perguntam se ele é capaz de se recuperar e voltar à ativa, ou se pode renunciar e tentar garantir a eleição de seu vice. Alguns acham que ele pode simplesmente ter voltado para morrer em casa.
Contraofensiva do vaticano
O Vaticano iniciou ontem uma verdadeira contraofensiva para rebater “informações falsas”, “boatos” e “calúnias” publicadas pela imprensa sobre uma trama de corrupção, tráfico de influências e sexo na Cúria Romana, que seriam uma manobra para “condicionar” o Conclave que escolherá o novo papa.
“Se no passado eram as chamadas potências, ou seja os Estados, que queriam condicionar a eleição do pontífice, hoje se trata de envolver a opinião pública”, lamenta em um comunicado a Secretaria de Estado, assinado pelo cardeal Tarcisio Bertone. “Muitos aproveitam o momento de surpresa e desorientação, após o anúncio da renúncia do papa Bento XVI para semear a confusão e desprestigiar a Igreja”, divulgou a Rádio Vaticano.