Allegretti votou antes dos 51 milhões de italianos que vão às urnas entre hoje e amanhã. Morador de Portugal, ele usufruiu de seu status de expatriado para depositar seu voto antes da maioria. Em seguida, tomou um avião e, na sexta-feira, fez campanha em Milão pela vitória de Pier Luigi Bersani, líder do Partido Democrático (PD), de centro esquerda, favorito nas eleições que definirão o novo governo da Itália.
Giovanni, que trabalha como pesquisador do Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra, vota em Bersani por duas razões: pela honestidade e o pelo fato de ser o único em condições de vencer o magnata Silvio Berlusconi. Como milhões de italianos, ele aposta no ex-comunista por sua credibilidade e pela certeza de virar a página de escândalos e crises protagonizadas em três mandatos do "Cavaliere". "Voto em Bersani porque ele tem o melhor comportamento ético", disse o sociólogo.
Apelidado por analistas como o "reformista tranquilo", Bersani representa a renovação do PD. Nascido em 1951 em Bettola, região de Emilia-Romagna, norte do país, o provável novo premiê é um professor de filosofia transformado em líder político.
Ex-militante do Partido Comunista Italiano (PCI), ele ajudou a fundar, nos anos 90, o partido Democratas de Esquerda (DS), embrião do atual PD, pelos quais foi ministro da Indústria e do Desenvolvimento nos dois governos do social-democrata Romano Prodi, entre 1990 e 2000.