Jornal Estado de Minas

Cardeal britânico afirma que novo Papa terá de reformar a Igreja

Religioso que emitiu opinião é contra a homossexualidade

AFP
Segundo o Cardeal Murphy O'Connor, é preciso "colocar ordem na própria casa do Papa" - Foto: REUTERS/Alessandro Bianchi

 O cardeal Cormac Murphy O'Connor, ex-chefe da Igreja Católica na Inglaterra e Gales, considera necessário que o próximo Papa reforme e renove a Igreja.

 O ex-arcebispo de Westminster afirmou que o sucessor de Bento XVI tem que ser "capaz de executar as reformas e a renovação necessárias na Igreja".

 "Temos que colocar ordem na própria casa do Papa", disse Murphy O´Connor em uma entrevista coletiva. "Como vocês sabem, aconteceram problemas nos últimos anos", reconheceu.

 No momento em que o colégio de cardeais se prepara para escolher um novo pontífice após o anúncio da renúncia de Bento XVI, várias controvérsias vêm à tona.

 Na segunda-feira foi anunciada a renúncia do arcebispo Keith O'Brien, líder da Igreja Católica da Escócia, acusado de "conduta inapropriada" por vários religiosos. O'Brien não participará no conclave que escolherá o novo Papa.

 O cardeal O'Brien, conhecido pelas opiniões contrárias aos homossexuais, é acusado de ter mantido "comportamentos inapropriados" nos anos 80 com três padres e um ex-coroinha, segundo o jornal The Observer.

 Murphy O'Connor chamou O'Brien, que nega as acusações, de "homem muito honesto". "Estes assuntos serão investigados", completou, antes de afirmar que o escândalo é "muito prejudicial" para a Igreja Católica da Escócia.

 Apesar do "giro radical" na luta contra a pedofilia durante os oito anos do papado de Bento XVI, os abusos cometidos por padres constituem ainda um dos grandes temas pendentes da Igreja Católica, que afetam sua imagem no mundo, assim como a relação com os próprios fiéis.

 O Papa decidiu repassar exclusivamente ao sucessor um relatório sobre o escândalo "Vatileaks", o vazamento de documentos secretos que provocaram a condenação em outubro a 18 meses de prisão de seu mordomo Paolo Gabriele, a quem no entanto indultou após quatro meses.