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Estado de Minas

Grillo diz que e não fará aliança com Bersani


postado em 27/02/2013 15:18

O comediante Beppe Grillo, líder do Movimento Cinco Estrelas, que ficou em terceiro lugar nas eleições parlamentares na Itália disse nesta quarta-feira que o vencedor da disputa, Pier Luigi Bersani, da coalizão de centro esquerda, é um "morto que fala". Ele disse que não confia em Bersani e seu partido não vai se aliar com ninguém para formar um governo de coalizão.

Segundo Grillo o Partido Democrático (PD), de Bersani, tem feito "propostas indecentes" para ele, apesar de já tê-lo chamado de "fascista" e coisas piores antes. Mesmo assim, sua insistência em não formar uma coalizão não significa que Bersani não será capaz de forma um governo com seu suporte indireto.

Analistas lembraram que uma regra obscura do Senado permitiria que parlamentares do Movimento Cinco Estrelas permanecessem fora do Parlamento durante o voto de confiança, permitindo a instalação do governo. Grillo disse que está interessado no suporte a propostas legislativas avaliadas caso a caso, o que permitiria a convergência em alguns pontos.

Ainda assim, o próprio Grillo não tem mandato e os que foram eleitos pela sua legenda podem agir por iniciativa própria. Como os 163 parlamentares são todos novos no cargo, e com média de idade de 32 anos, a disciplina partidária não apensas é desconhecida como ainda não foi testada.

"Grillo decidiu tudo durante a campanha eleitoral, mas os que foram eleitos decidirão por conta própria", afirmou a porta-voz do Movimento Cinco Estrela, Valentina Zafarna, eleita para a assembleia regional, na qual o partido de Grillo formou aliança com o governo.

"Se houver convergência no programa, posso votar a favor do governo de Bersani", afirmou a senadora Serenella Fuksia, nova eleita pelo Movimento Cinco Estrelas. "Não estamos no Parlamento para perder tempo", acrescentou.

Grillo disse que pretende conversar com o presidente Giorgio Napolitano, sinalizando ser improvável um acordo formal nos próximos dias.

Após as eleições na Itália, o chefe de Estado se encontrou com líderes de vários partidos para saber de suas intenções e decidir de confiará à alguém a tentativa de formar um governo, o que precisará do voto de confiança nas duas casas. Essas consultas, entretanto, devem acontecer apenas após os novos parlamentares tomarem posse no dia 15 de março. Caso o governo não seja formado, novas eleições podem ser convocadas, e o partido de Grillo está confiante que pode vencer com, inclusive mais votos, talvez conquistando a maioria no Parlamento.

A coalizão de Bersani venceu as eleições na Camara baixa, o que representa 340 dos 615 deputados, garantindo também a maioria, ainda assim, entre os 315 parlamentares no Senado a situação seria mais crítica, porque a coalização de Bersani pode ganhar a maioria com o suporte tanto do bloco de Berlusconi, quanto de Grillo, com ou sem o apoio do primeiro-ministro interino, Mario Monti.


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