Morreu às 16h25 (17h25 no horário de Brasília) desta terça-feira o presidente da Venezuela, Hugo Chávez. Aos 58 anos, ele não resistiu ao câncer que lhe causou várias complicações nos últimos meses. O vice-presidente Nicolás Maduro anunciou o falecimento em pronunciamento emocionado na televisão.
No pronunciamento, Maduro disse que, nas próximas horas, o governo vai informar onde será velado o corpo de Chávez e dará detalhes sobre o sepultamento. Maduro pediu que o povo venezuelano enfrente este momento "com o amor que Chávez ensinou". O vice-presidente encerrou a fala com a frase: "Viva Hugo Chávez! Viva para Sempre".
Confira imagens de Hugo Chávez
Chávez foi o 56º presidente do país, se elegendo em 1999 e se reelegendo duas vezes desde então. Militar de carreira, implementou as missões bolivarianas, que eram políticas assistenciais para ajudar a população mais pobre e carente da Venezuela. Ao mesmo tempo, cerrou fileiras contra o neoliberalismo e qualquer influência política dos Estados Unidos.
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Hugo Chávez ficou conhecido nacionalmente após o episódio. Após sair da prisão, ele recebe anistia do então presidente Rafael Caldeira Rodríguez. Em 1997, Chávez fundou o Movimento V República (MVR) e na eleição seguinte, venceu o pleito com 56% dos votos.
Assumiu o Palácio Miraflores em 1999 em um mandato previsto para cinco anos. Um novo referendo foi convocado (aprovado por plebiscito) e os partidários de Chávez conquistaram ampla maioria.
O presidente extinguiu o Senado do país, deixando que o parlamento fosse unicameral e aumentou seus próprios poderes. Em razão desta nova ordem institucional, novas eleições ocorreram em 2000 e Chávez foi reeleito com 60% dos votos e seu grupo político amealhou a maioria na Assembleia Nacional.
No mesmo ano, a Assembleia aprovou a 'Lei Habilitante', na qual o presidente poderia governar por decreto durante um ano, sem necessitar do aval da Assembleia para que as leis fossem aprovadas. Da caneta Chávez, surgiram leis ´para expropriar latifúndios e que deixava o Estado como acionista majoritário no setor petrolífero.
Em Abril de 2002 surgiram as primeiras manifestações contra o presidente. Ocorreram confrontos entre simpatizantes do presidente e opositores nas ruas, resultando em várias mortes e pessoas feridas. O ápice deste movimento foi um golpe de Estado, com Pedro Carmona assumindo o poder, após a demissão de Chávez.
O golpe gerou comoção popular, com milhares de pessoas indo às ruas apoiar o presidente deposto. Soldados leais a Chávez organizaram um contra-golpe e retomaram o Palácio Miraflores. O vice-presidente Diosdado Cabello, assumiu o governo, até o retorno de Chávez, pouco depois.
Em agosto de 2004, referendo popular manteve Chávez no governo (com 58% dos votos) até o fim de seu mandato. Nas eleições seguintes, em 2006, Chávez foi mais uma vez eleito com quase 63% dos votos.
Em 2007, sem oposição no Congresso, Chávez promete acelerar a revolução socialista no país através das 'Leis habilitantes'.
A primeira derrota chavista foi no final do mesmo ano, em um plebiscito para aprovar várias emendas constitucionais no país. de Israel, em represália à intervenção militar israelense na Faixa de Gaza, em 6 de janeiro.
Política social e externa
Chávez implementou as missões bolivarianas, implementando uma série de programas sociais que levam saúde, educação e alimentos para a parcela mais pobre da população. Em virtude do alto investimento em educação, o país foi declarado livre do analfabetismo pela Unesco em 2012.
O presidente venezuelano estreitou alianças com governos de esquerda da América Latina, como Cuba, Bolívia e Equador, além de ter se aproximado do Irã. Da mesma forma, Chávez se opôs às ações militares da Colômbia e das políticas externas dos EUA.
Líder polêmico
Hugo Chávez teve uma carreira política controvertida. Enquanto parte da população o idolatra, graças em parte às políticas sociais de seu governo, outros venezuelanos desaprovam as políticas de estatização e as alterações na constituição que lhe deram poder de se candidatar a sucessivas reeleições.
As relações externas também geraram polêmica. Chávez manteve-se como crítico ferrenho dos Estados Unidos, principalmente durante os mandados de George W. Bush. Em um pronunciamento na ONU, em 2006, comparou o ex-presidente norte-americano a satã: “O diabo esteve aqui. Ainda sinto o cheiro de enxofre", disse ao subir ao parlatório que havia sido ocupado pouco antes por Bush.
*Com informações da Agência Brasil