Tarefa tão demorada quanto era acompanhar um discurso completo de Hugo Chávez é conseguir listar todas as frases polêmicas e fortes do líder venezuelano ao longo das últimas décadas. O próprio comandante brincava com sua incapacidade de ser objetivo. Basta recordar janeiro de 2012, quando Chávez prometeu tentar não ser tão prolixo, mas acabou discursando por mais de nove horas ininterruptas.
No entanto, apesar dos textos longos e densos, foram as respostas rápidas e ácidas de Chávez que fizeram mais sucesso na mídia internacional. Aqui, relacionamos algumas que fizeram mais barulho nos últimos anos:
28 de julho de 2012, durante as comemorações de aniversário
"O homem do futuro de chama Chávez, porque Chávez já não sou mais eu, Chávez somos todos".
23 de fevereiro de 2005, durante evento com cooperativas
"O neoliberalismo torna impossível a democracia porque impede a justiça social e sem justiça social não pode haver democracia e tampouco paz".
9 de dezembro de 2006, durante encontro do Mercosul no Rio
Chávez receitou "um viagra político" aos líderes presentes no evento por causa da "impotência política".
20 de setembro de 2006, em Assembleia na ONU
"Ontem o diabo veio aqui. Este lugar ainda cheira enxofre", disse referindo-se ao então presidente norte-americano George W. Bush.
25 de agosto de 2006, em ato em Caracas
"Lamentavelmente Obama não tem poder para frear a máquina imperial. A máquina imperial vai continuar avançando, mas algum dia cairá".
10 de octubre de 2007 e o ¿Por qué no te callas?
Chávez chama de "fascista" o ex-presidente espanhol José María Aznar, o que gerou a famosa resposta do Rei Juan Carlo: "¿Por qué no te callas?". No entanto, Chávez não perdeu a oportunidade de rebater: "Exijo respeito (…), ele (o rei) é tão chefe de Estado quanto eu, com a diferença de que fui eleito três vezes".
4 de novembro de 2005, durante a Cúpula das Américas
Em Mar del Plata, na Argentina, Chávez rejeitou a criação da Área de Livre Comércio das Américas (ALCA), uma proposta dos Estados Unidos. - "ALCA, ALCA... ao c....!"
11 de setembro de 2008 e o embaixador
Durante um inflamado discurso para seus seguidores, quando expulsou da Venezuela o embaixador dos Estados Unidos em solidariedade com a Bolívia, o líder esbravejou: "Vão para o inferno, ianques de merda!"
04 de fevereiro de 2013, em carta enviada aos bolivianos
"O espírito de rebeldia deve viver em cada um de nós para seguirmos avançando, para não estagnarmos, recordemos a sentença do nosso eterno comandante Bolívar: "Nada se hace cuando aún falta qué hacer" (nada se fez quando ainda falta o que fazer).