"Agora começa um período incerto de interinidade", afirma o editorial do El Mundo, que chama de paranoica a acusação do vice-presidente Nicolás Maduro de que "os inimigos da pátria" haviam inoculado o câncer em Chávez.
"Morte esperada e incerteza", destaca o ABC, para o qual Maduro provocou "uma desnecessária desavença com os Estados Unidos". Em Portugal, o Diário de Notícias dedica oito páginas à morte do presidente venezuelano, cuja herança política é "controversa", e destaca na primeira página que "a luta pela liderança da revolução está aberta". "A Venezuela está em estado de urgência", destaca o também lusitano Público.
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Venezuela em luto
Chávez e autoridades
Infográfico mostra biografia de Chávez
Na Grã-Bretanha, a imprensa destaca o uso das reservas petrolíferas venezuelanas para fortalecer sua liderança. O Daily Telegraph o descreve como um "esperto e descarado demagogo de uma retórica embriagante que, com o gasto descontrolado das reservas petrolíferas, se tornou um líder mundial".
O progressista The Guardian se mostra mais benévolo com a figura do presidente venezuelano e destaca como parte de sua herança "a atenção social e a alfabetização dos pobres", mas também "infraestruturas frágeis e a dependência do petróleo". O jornal The Times destaca "o fascínio de Chávez com a própria voz e suas tendências autoritárias", enquanto o Financial Times ataca sua figura.
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Na Alemanha, o Frankfurter Allgemeine Zeitung destaca o "antiamericanismo agressivo" de Chávez, que o levou a fraternizar com governos de duvidosa mentalidade democrática, como Irã ou Belarus. A palavra "caudilho" é utilizada pela imprensa italiana para definir o falecido presidente.
"Chávez, o último caudilho está morto" é a manchete do La Repubblica, enquanto o Corriere della Sera apresenta o venezuelano como "o caudilho que desafiou os Estados Unidos".
O La Repubblica destaca também o país dividido deixado por Chávez: "Um poco menos da metade da Venezuela sempre o odiou, um pouco mais da metade da Venezuela o transformou em herói épico". A imprensa belga lembra a transcendência de Chávez na região. "Um gigante político que, tanto no positivo como no negativo, mudou profundamente a América Latina", afirma o jornal Le Soir.