Londres – O governo dos Estados Unidos, que mantém relações turbulentas com a Venezuela desde a ascensão de Chávez ao poder, em 1999, reagiu com diplomacia. O presidente norte-americano, Barack Obama, disse que a Venezuela inicia um novo capítulo de sua história, e que os EUA seguem decididos a impulsionar políticas que promovam princípios democráticos, o império da lei e o respeito pelos direitos humanos”. O presidente em fim de mandato da China, Hu Jintao, e seu sucessor, Xi Jinping, lamentaram a morte de “um grande amigo do povo chinês”. Na Colômbia, o presidente Juan Manuel Santos reconheceu os esforços de Chávez pelo restabelecimento das relações bilaterais depois de sua ruptura durante a gestão de seu antecessor Álvaro Uribe. O presidente do Irã, Mahmud Ahmadinejad, decretou luto nacional de um dia e qualificou Chávez como “um santo que regressará no dia da ressurreição”. O presidente da França, François Hollande, elogiou Chávez, mas admitiu que “nem todos partilhavam” de seus pontos de vista.
Nabil Shaath, assessor da Presidência da Autoridade Nacional Palestina (ANP), qualificou Chávez como “um amigo fiel que defendeu apaixonadamente nosso direito à liberdade e à autodeterminação”. O primeiro-ministro da Espanha, Mariano Rajoy, afirmou que com a morte de Chávez “desaparece uma das figuras mais influentes da história contemporânea”. O presidente da Rússia, Vladimir Putin, qualificou Chávez como “líder forte e extraordinário que olhou para o futuro e sempre teve grandes ambições”. O ministro alemão de Relações Exteriores, Guido Westerwelle, qualificou a morte de Chávez como “um duro golpe”, desejando que a Venezuela “ingresse em novos tempos”.
A União Europeia (UE) distribuiu ontem uma mensagem de condolências pela morte de Chávez. O presidente do Conselho Europeu, Herman Van Rompuy, e o presidente da Comissão Europeia, José Manuel Barroso, afirmaram que “a Venezuela se destacou por seu desenvolvimento social e pela contribuição à integração regional na América do Sul”. O secretário-geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), José Miguel Insulza, disse ontem que Chávez foi um caudilho, mas não um ditador. “A força política de Chávez dependia dele. Agora, vamos ver até que ponto ele deixa um legado político.” Em Genebra, o principal fórum de direitos humanos da ONU observou ontem um minuto de silêncio em homenagem a Hugo Chávez, que foi alvo frequente de críticas do próprio organismo ao longo dos anos.
MÍDIA
O New York Times abriu foto no alto da capa para as lágrimas dos venezuelanos, classificando-o de “figura polarizadora”. O Miami Herald bradou: “Chávez está morto”. Na Colômbia, o El Tiempo titulou: “Fim da era Chávez”. Em Cuba, o Granma afirmou: “Até sempre, comandante”. No México, o esquerdista La Jornada manchetou: “Morre o homem que revolucionou a Venezuela”. Na Argentina, o Clarín destacou: “Audaz e autoritário, ele deixa sua marca na América Latina”. Na Espanha, o El País foi lacônioco: “A doença derrota Chávez”, e o francês Le Figaro deu um registro com foto. Em Portugal, o Diário de Notícias dedicou oito páginas à morte de Chávez, destacando na primeira página que “a luta pela liderança da revolução está aberta”. Na Grã-Bretanha, o Daily Telegraph o descreve como um “esperto e descarado demagogo de uma retórica embriagante”, e o progressista The Guardian se mostrou mais benévolo com a figura de Chávez: “Ele deu atenção social e a alfabetização dos pobres”. “Chávez, o último caudilho está morto” foi a manchete do italiano La Repubblica, enquanto o Corriere della Sera apresentou o venezuelano como “o caudilho que desafiou os EUA”. “Um gigante político que, tanto no positivo como no negativo, mudou profundamente a AL”, afirmou o jornal belga Le Soir.