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Estado de Minas

Todos os cardeais a postos para a sucessão papal

Último prelado que participará do conclave chega a Roma, mas data permanece indefinida


postado em 08/03/2013 00:12 / atualizado em 08/03/2013 07:44

(foto: AFP PHOTO/OSSERVATORE ROMANO)
(foto: AFP PHOTO/OSSERVATORE ROMANO)

Cidade do Vaticano – O último dos 115 cardeais necessários para a realização do conclave que escolherá o sucessor de Bento XVI chegou ao Vaticano, completando o Colégio Cardinalício. No entanto, mesmo com a chegada do vietnamita Jean-Baptiste Pham Minh Man, a data do conclave não foi marcada. O porta-voz do Vaticano, Federico Lombardi, descartou que a primeira missa do conclave possa ocorrer na próxima segunda-feira, conforme suposião da imprensa. A previsão é que o pontífice seja escolhido antes do Domingo de Ramos, primeira celebração da semana santa, no dia 24.

Os prelados têm deixado claro que não há pressa para marcar o início do conclave e admitido que têm sido interessante as reuniões preparatórias para que eles possam se conhecer e discutir as questões centrais que a Igreja Católica terá que enfrentar no novo papado e quais características precisaria ter o próximo papa para lidar com as questões mais prementes do Vaticano..

Em sua conta no microblog Twitter, o cardeal americano Roger Mahony escreveu que as discussões pré-conclave estão "chegando a uma conclusão". Em declarações ao jornal sensacionalista alemão Bild, o cardeal Paul Josef Cordes projetou que o conclave "vai ser curto e começará logo". E comparou o conclave a uma consulta com o dentista: "Você quer que tudo acabe rápido".

Durante a sessão pré-conclave de ontem, os cardeais que estão em Roma para eleger o próximo papa receberam um resumo das finanças da Santa Sé, em meio a questionamentos sobre a administração da burocracia do Vaticano e as suspeitas a respeito do banco católico. Os chefes dos três principais escritórios financeiros do Vaticano passaram as informações aos cardeais, como exigido pelas regras a respeito do período de transição entre papados.

O porta-voz disse que “foram intervenções sintéticas e claras”, esclarecendo sobre a reunião. "Não posso dizer nada sobre o conteúdo das intervenções, só algo geral. Mas é óbvio que os cardeais podem falar entre eles desse argumento", reconheceu Lombardi ao ser interrogado sobre os escândalos do Vatileaks, que têm sido assunto de reportagens da imprensa italiana nos últimos dias.

Há três anos, a Justiça italiana abriu uma investigação judicial contra dois diretores do Banco do Vaticano, que têm um patrimônio de 5 bilhões de euros, por violarem as leis do país sobre a lavagem de dinheiro. A maior publicação religiosa italiana, Famiglia Cristiana, com 1 milhão de leitores, pediu nesta semana que o Banco do Vaticano, conhecido como Instituto de Obras Religiosas (IOR), se converta em um banco ético e que saia do sistema financeiro mundial.

O jornal italiano La Repubblica revelou ontem que ao menos 20 pessoas, tanto laicas quanto religiosas, contribuíram para o vazamento de documentos confidenciais de Bento XVI com o objetivo de denunciar as estruturas internas da Igreja, desmentindo a tese de que o ex-mordomo do pontífice, condenado e sucessivamente perdoado, operou sem cúmplices.

A entrevista anônima de um deles é um tipo de advertência à cúpula da Igreja Católica sobre a necessidade de uma maior transparência na gestão interna, marcada por intrigas, abusos de poder e tráfico de influência através de um lobby gay, segundo a publicação, o que foi categoricamente desmentido pelo Vaticano.

Para o vaticanista Marco Politi, o escândalo acelerou a decisão de renunciar de Bento XVI e pesa nos debates das congregações para a reforma da Cúria Romana. “Vão traçar o perfil do homem que buscam, que deve ter a força para realizar a reforma", sustenta Politi, autor do livro Joseph Ratzinger, crise de um papado.


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