"Juro em nome da lealdade absoluta a um povo disposto a ser livre", afirmou Maduro, que segurava um pequeno exemplar da Constituição na mão direita. Ao empossar o presidente interino, Cabello disse que o ato não era "agradável", mas "necessário". "É um momento que nenhum de nós gostaria de viver", em referência a morte de Chávez.
Em seus primeiros atos como presidente interino, Maduro nomeou o genro de Chávez, Jorge Arreaza, vice-presidente e pediu ao Conselho Nacional Eleitoral (CNE) a convocação "imediata" de eleições. "Pedi oficialmente à presidente (do CNE) Tibisay Lucena que cumpra com todos os ritos constitucionais e legais de nossa pátria, com base no artigo 233, e convoque imediatamente eleições presidenciais para que o povo da Venezuela decida quem será seu presidente".
"No dia marcado, estaremos prontos para disputar as eleições. Nos sentimos seguros, nos sentimos muito seguros da democracia venezuelana", afirmou Maduro, designado herdeiro político de Chávez e candidato governista.
Segundo a Constituição venezuelana, a votação deve ocorrer no prazo de 30 dias.
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Segundo Maduro, no dia 8 de dezembro, quando foi designado herdeiro político de Chávez, antes da viagem do 'comandante' a Cuba para a quarta operação, "sua intuição lhe dizia que não sairia disto, ainda mais da própria cirurgia, por razões que se conhecerão cientificamente".
O novo presidente venezuelano voltou a sugerir um complô para matar Chávez: "esta doença apareceu de repente, uma doença muito estranha, esta é a opinião de cientistas que o mundo conhecerá, de cientistas de vários lugares do mundo, muito estranha a velocidade de seu crescimento, por razões que cientificamente se conhecerão em seu momento".
Após a posse na Assembleia Nacional, Maduro se dirigiu à Academia Militar de Caracas, onde está a "câmara-ardente" com o corpo de Chávez, e prestou um 'juramento simbólico' ao 'comandante', prometendo lealdade ao projeto chavista.
Maduro também empossou simbolicamente Arreaza diante do corpo de Chávez. A posse de Maduro foi qualificada de ilegítima pelo líder da oposição venezuelana Henrique Capriles: "Ele não foi eleito presidente por ninguém" e a oposição não está disposta a "tolerar abusos de poder".
Capriles denunciou a decisão do Supremo Tribunal de Justiça que confirmou a presidência interina de Maduro até a realização de eleições, e afirmou que Maduro deveria conduzir o país até a votação como vice-presidente.
O líder da oposição destacou que o artigo 233 da Constituição estabelece que se a falta absoluta do presidente se produzir durante os primeiros quatro anos do mandato, "se encarregará da presidência da República o vice-presidente".
"É um vice-presidente que se encarrega da presidência, e não um presidente interino", denunciou Capriles, assinalando que a oposição tomará decisões a respeito "nas próximas horas".
O Supremo decretou que Chávez, reeleito em outubro e que deveria tomar posse no dia 10 de janeiro, iniciou seu mandato de fato, apesar de não ser empossado formalmente devido ao câncer. Os deputados da coalizão opositora Mesa da Unidade Democrática (MUD), integrada por Capriles, não assistiram à posse de Maduro, denunciada como "ato eleitoral" e "violação da Constituição".
No momento da posse, um grande 'panelaço' foi ouvido em Caracas, especialmente nas zonas residenciais do leste da capital, para protestar contra a "armação". O 'panelaço', a partir de janelas e varandas dos prédios, foi maior no bairro de Chacao e nos arredores da Praça Altamira, bastião opositor e onde se concentra a classe média de Caracas.
Mas o protesto também mobilizou os bairros de Los Palos Grandes, Dos Caminos, El Marqués, La Urbina e La Carlota, no leste de Caracas; Parque Central, no centro, e Montalbán e El Paraíso, no oeste, além de várias cidades do interior do país.