A Venezuela manterá o fornecimento de petróleo aos Estados Unidos e a sua produção é "estável" apesar da morte de Hugo Chávez, afirmou o ministro do setor, Rafael Ramírez, em uma entrevista divulgada nesta terça-feira, um dia depois da expulsão em Washington de dois diplomatas venezuelanos.
"Vamos manter o fornecimento (aos Estados Unidos), onde temos um importante nicho de mercado e um complexo refinador próprio", disse Ramírez em uma entrevista ao jornal venezuelano El Mundo.
Os Estados Unidos são o principal destino do petróleo venezuelano, apesar de suas vendas representarem apenas cerca de 10% do total do consumo do país norte-americano. A Venezuela tem as maiores reservas do mundo.
Contudo, "diante das circunstâncias políticas que estamos vivendo com o desaparecimento físico do presidente Chávez, a única coisa que nós dizemos aos norte-americanos é que não se atrevam a interferir em nossos assuntos", alertou o ministro.
Na segunda-feira, Washington anunciou a expulsão de dois diplomatas da embaixada venezuelana em resposta à decisão do governo de Caracas de fazer o mesmo com dois adidos militares norte-americanos no dia 5 de março, horas antes de ser anunciada a morte de Chávez, vítima de um câncer desde 2011.
Nicolás Maduro - que assumiu o cargo de presidente interino na sexta-feira - acusou os diplomatas norte-americanos de realizar manobras desestabilizadoras contra o governo.
Maduro apresentou na segunda-feira sua candidatura para as eleições presidenciais de 14 de abril, na qual enfrentará o líder opositor Henrique Capriles, que perdeu as eleições de 7 outubro contra Chávez.
Ramírez informou que, apesar da morte de Chávez, há "absoluta normalidade e estabilidade" no setor petrolífero. "Não prevemos nenhuma mudança, pois estamos certos da continuidade de nosso processo bolivariano", afirmou.
Estados Unidos e Venezuela não têm embaixadores em suas respectivas capitais desde 2010.