Escolhido nesta quarta-feira para comandar a Igreja Católica, o cardeal argentino Jorge Mario Bergoglio já mostra como deve ser o seu papado com a escolha do nome Francisco I. O frei Adilson Corrêa da Silva, pároco da igreja São Francisco das Chagas, no bairro Carlos Prates, em Belo Horizonte, explica que São Francisco defendeu uma igreja mais simples e peregrina e que o nome vai ser inspirador para a Igreja Católica. “São Francisco se sentiu inspirado por Deus a fazer uma nova igreja e agora o cardeal Jorge Mario também atende a um chamado de reforma”, afirma.
O frei explica que os quatro pilares da igreja de Francisco são a fraternidade, pobreza, minoridade e itinerância. Com São Francisco, a igreja foi ao Oriente Médio dialogar a paz com os muçulmanos na época das Cruzadas e, para o frei, “Francisco I deverá também dialogar com outras igrejas, cristãs ou não”. Ele lembra ainda que o santo que inspira o nome do novo papa também era o patrono da ecologia e pregava o amor à natureza e aos animais e isso tem grande relação com o momento atual.
Comemoração
A escolha do cardeal argentino Jorge Mario Bergoglio para substituir Bento XVI pegou religiosos e fiéis de surpresa. Mas o novo líder da igreja foi bem acolhido pelos seguidores católicos, já que é conhecido como uma pessoa simples e dedicada. Para o padre Paulo Carrara, que celebra missas há cerca de dois anos na Igreja São José, em Belo Horizonte, a escolha é motivo de comemoração. “Ninguém esperava, era um cardeal que não estava entre os mais cotados”, comentou. Carrara lembra que o argentino tem todas as credenciais para ocupar o posto. “Ele é um homem íntegro, tem fama de santidade, muito amado pelo povo argentino, que é uma comunidade muito católica”.
O padre Antônio Carlos Ribeiro, há mais de quatro anos na Igreja de Lourdes, na rua da Bahia, também se diz contente com a sucessão no Vaticano. “Era uma expectativa grande ter um papa latino-americano pela primeira vez. O Brasil e o México também tinham candidatos, mas veio um argentino”, afirma. Ele acredita que o continente terá benefícios. “Isso vai dar um vigor, o mundo todo vai olhar para o nosso lado”.
O padre Célio Silva Diniz, há 13 anos na paróquia Santo Antônio, de Venda Nova, na região norte, concorda. “A torcida era para que o papa fosse um cardeal latino-americano era muito grande e, graças a Deus, fomos atendidos. A América Latina é onde estão os países mais católicos do mundo e a nossa mentalidade é mais popular, mais preocupada com o povo mesmo, ao contrário da Europa”, explica.
O frei Jacir de Freitas, diretor do Colégio Santo Antônio, afirmou que foi uma escolha iluminada pelo Espírito Santo. "Era a Igreja mais precisava neste momento”.
Com Benny Cohen, Tábita Martins, Gabriela Pacheco e Renata Stuart