O arcebispo do Rio de Janeiro, Dom Orani Tempesta, disse que a escolha do novo papa, um argentino "demonstra que a Igreja está olhando para o continente latino-americano". Dom Orani disse que a escolha do nome Francisco é indicativo da simplicidade e despojamento que, acredita, o novo papa levará para a Igreja.
O cardeal argentino foi responsável pela organização e resumo de todos os relatórios. "Ele é a alma do documento de Aparecida. O Espírito Santo quis eleger alguém com espírito missionário e evangelizador que o cardeal Bergoglio demonstrou no documento de Aparecida", afirmou dom Orani.
O arcebispo do Rio disse que será natural a vinda de uma grande quantidade de argentinos e latino-americanos para a Jornada Mundial da Juventude, que acontece em julho, no Rio de Janeiro. Dom Orani lembrou que a primeira jornada na América Latina aconteceu em Buenos Aires, em 1987.
O arcebispo auxiliar do Rio Augusto Antônio disse que não conhece pessoalmente o papa Francisco, mas convive, no trabalho do Conselho Episcopal Latino-americano (Celam), com um dos bispos auxiliares de Buenos Aires, Raul Martí. "O bispo auxiliar sempre se refere ao cardeal Bergoglio como uma pessoa de extrema simplicidade, voltada e dedicada aos pobres, muito próxima do povo, dos que mais necessitam. Em Buenos Aires ele dirigia o próprio carro, um Fusca", disse dom Augusto Antônio.
Dom Orani disse acreditar que a escolha do nome Francisco pode ser uma homenagem a São Francisco de Assis, pela simplicidade, e também a São Francisco Xavier, que foi jesuíta como o novo papa. O arcebispo do Rio vai realizar na quinta-feira (14), às 18 horas, uma missa de ação de graças pela escolha do papa na Igreja Nossa Senhora do Carmo, a antiga Sé, no centro do Rio.