A eleição do arcebispo de Buenos Aires, Jorge Mario Bergoglio, como sucessor de Bento XVI representa mais uma quebra de paradigmas da Igreja Católica, disse o coordenador do Centro Cultural de Brasília dos Jesuítas (CCB), padre Ramón Cigoña. Segundo ele, é o primeiro papa não europeu e o primeiro jesuíta. Além de ser o único pertencente à ordem no conclave. Cigoña acredita que ao longo do pontificado outros padrões sejam quebrados.
"O novo papa escolheu o nome Francisco, de Francisco de Assis, conhecido com o Pobrezinho de Assis. Isso indica como será o papado. Acho que ele vai representar o contrário de todos os luxos do Vaticano", disse. O padre destacou ainda o fato de o novo papa ter feito a sua primeir aparição pública com um crucifixo de madeira, simbolizando a simplicidade da ordem dos jesuítas. "O papa é quem abençoa, ele fez uma oração pedindo para que ele mesmo fosse abençoado junto com os fiés", complementou.
A Companhia de Jesus, cujos membros são chamados de jesuítas, foi fundada em 1534, por Inácio de Loyola, santo católico. Na época, a Igreja Católica passava pela Contrarreforma, uma resposta à Reforma Protestante, de Lutero, que atraía fiés na Europa. Cigoña compara a missão do papa Francisco à de Inácio de Loyola, servir à Igreja.
Em relação à questões polêmicas como o aborto e a homossexualidade, Cigoña disse que os jesuítas têm uma formação ecumênica e que são "abertos às diferenças". No entanto, como papa, "são impostos certos condicionamentos. Não sei como ele agirá", declarou.
Em nota, a Aquidiocese de Brasília diz que "se alegra com a eleição do novo papa. Certamente nossas orações contribuíram para este momento de alegria. Em Cristo". Amanhã (14), o arcebispo de Brasília, dom Sergio da Rocha, fará a saudação oficial ao novo papa, na Cúria Metropolitana de Brasília, na Esplanada dos Ministérios.