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Estado de Minas

Primeiro sul-americano, papa Francisco já deixa sua marca


postado em 14/03/2013 07:24

Primeiro sul-americano eleito papa, Francisco, antes cardeal Jorge Mario Bergoglio, de 76 anos, da Argentina, indicou que deixará sua marca no pontificado que sucede ao do papa emérito Bento XVI. Na quarta-feira, ele pediu o microfone para se dirigir aos fiéis da Praça de São Pedro, em duas ocasiões, e enviou mensagens. O papa agendou uma entrevista coletiva para o dia 16 e a primeira missa para terça-feira (19).

O papa Francisco assume o pontificado sob uma série de expectativas e em um momento delicado da Igreja Católica Apostólica Romana. Padres e bispos da Igreja são acusados de abusos sexuais, há suspeitas sobre desvios de recursos no Banco do Vaticano e Bento XVI deixou o pontificado sinalizando que havia divergências internas.


Ao mencionar Bento XVI, em sua primeira aparição pública, o papa Francisco indicou que poderá atender a alguns dos apelos de seu antecessor, como, por exemplo, promover as mudanças iniciadas por ele na tentativa de sanar as suspeitas e divisões existentes na Igreja.

Ao pedir o microfone duas vezes ontem, o papa sinalizou que buscará manter a comunicação e o diálogo. Inicialmente, fez a saudação esperada, em italiano: “Boa Noite”. Em seguida, ao ver retirado o microfone, o papa Francisco o pediu de volta e transmitiu sua mensagem. Para ele, a Igreja deve buscar o caminho do amor, da fraternidade e da irmandade.

O papa pediu aos fiéis que rezem por ele, mas rezou, junto com a multidão que aguardava o anúncio na Praça de São Pedro, um Pai-Nosso e uma Ave Maria. Também elogiou o antecessor Bento XVI.

A eleição do argentino foi uma surpresa. A imprensa italiana, que mantém em sua equipe os chamados vaticanistas (especialistas em Vaticano), não mencionou o nome do cardeal Bergoglio. Para os fiéis que acompanhavam o anúncio do nome do sucessor de Bento XVI também houve surpresa.

“Não esperava por um nome da Argentina. Mas gostei dele, me pareceu bem humano”, disse o taxista Stefano Vicchi. Os argentinos, alguns com a bandeira do país, comemoravam e davam entrevistas elogiando a escolha do papa.

Descendente de imigrantes italianos, o papa Francisco é apontado pelas emissoras de rádio e televisão da Itália como alguém próximo ao país. Os veículos ressaltam como seu italiano é perfeito e claro.


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