Lilian Monteiro
A primeira reação foi mesmo a surpresa. Depois, num misto de espanto e alegria, argentinos que vivem em Belo Horizonte ficaram contentes com a escolha de Jorge Mario Bergoglio como o novo líder da Igreja Católica, o papa Francisco. Alguns esperam dias de bem-aventurança e júbilo na caminhada do jesuíta, outros se confessam céticos quanto a grandes mudanças no rumo do catolicismo. No entanto, todos concordam que a mudança de comando é um passo, no mínimo, ousado. O cônsul da Argentina na capital mineira, Jose Antonio Cacieiro, diz que mais importante que um papa argentino é o fato de ele ser latino-americano. “E por ser jesuíta, vai agregar e lutar pelos pobres, por aqueles que estão em situação social crítica, não só da Igreja Católica, mas do mundo todo”, acredita.
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Há 13 anos em Minas, Santiago Calonga, dono do bar e cafeteria Arcângelo, no Edifício Maleta, no Centro, lembra que em 2005 sabia da força de um cardeal argentino (era Jorge Mario Bergoglio), mas agora pensava na eleição do representante brasileiro ou talvez um africano. “Foi uma surpresa e acredito numa decisão estratégica. A igreja tem perdido fiéis e por ter sangue italiano é um conservador. Por isso, acho que não vai mudar nada na trajetória do catolicismo.” Por outro lado, Calonga destaca o perfil carismático e o estilo crítico do papa que, “como todo argentino não fica calado e, desculpe o trocadilho, não tem papas na língua. É um homem humilde, jesuíta, de comportamento simples e humilde. Mas essas são características que dizem respeito a ele. Não sei se ele conseguirá transferi-las para a Igreja”.