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Estado de Minas

Novo papa pediu a eles que encontrem métodos para levar o evangelho a cada rincão da Terra


postado em 16/03/2013 09:18

Cidade do Vaticano – O papa Francisco pediu ontem que os fiéis não caiam no pessimismo e encontrem formas novas de evangelizar os rincões do planeta. Na Sala Clementina, no Palácio Apostólico do Vaticano, o pontífice de 76 anos tropeçou quando se aproximava para saudar o decano do colégio cardinalício, Angelo Sodano. A seguir, dirigiu-se aos cardeais, no único ato oficial do dia, inclusive aos maiores de 80 anos. “Que tenhamos coragem de perseverar, de encontrar novos métodos de evangelização, de levar o evangelho a cada rincão da Terra”, afirmou. “Que nunca nos entreguemos ao pessimismo, a esta amargura, que o diabo coloca diante de nós todo dia. Que nós não cedamos ao pessimismo e o desânimo”, disse. Após seu discurso, Francisco cumprimentou, de pé, cada um dos cerca de 150 cardeais no recinto, dedicando um minuto a cada um deles.

Desde sua eleição no dia 13 como o primeiro papa não europeu em quase 1, 3 mil anos, o pontífice está traçando um claro caminho moral para os 1,2 bilhão de fiéis da Igreja. O primeiro papa latino-americano da história manteve a mesma linha mostrada no dia anterior, ao proferir uma mensagem breve, embora, diferentemente da homilia em sua primeira missa, desta vez tenha levado suas declarações por escrito. O pontífice lembrou aos cardeais, muitos dos quais idosos, que “a velhice é uma fonte de sabedoria” e os exortou a transmitir essa sabedoria aos jovens. O papa Francisco voltou a proferir palavras de elogio a seu antecessor, Bento XVI, agora papa emérito, com quem espera se reunir nos próximos dias num inédito encontros entre dois pontífices vivos. Francisco pretende conversar hoje com a imprensa e amanhã recitará o Angelus na Praça São Pedro, perante milhares de fiéis. Sua missa de entronização, da qual devem participar vários chefes de Estado, será realizada na terça-feira, data que marca o dia consagrado a São José.

O papa Francisco pediu a seus compatriotas argentinos que não viajem a Roma para a missa na qual assumirá o papado e recomendou que utilizem o dinheiro que seria gasto na viagem para ajudar aos pobres, informou o Vaticano. “Peço aos bispos e aos fiéis que não precisam fazer uma longa viagem, que seria muito dispendiosa, para vir a Roma, e que façam uma oferta, um ato de solidariedade com os pobres”, disse o papa Francisco por telefone ao núncio apostólico (equivale a embaixador) na argentina, Emil Paul Tscherrig.

DITADURA Em declaração, o porta-voz da Santa Sé, padre Federico Lombardi, disse que Jorge Mario Bergoglio, o papa Francisco, nunca colaborou com a ditadura militar e é alvo de uma campanha “caluniosa e difamatória” na Argentina. Ele disse que as acusações de que Bergoglio teria sido negligente com a prisão política de dois padres jesuítas “devem ser rechaçadas de forma contundente”. “Nunca houve uma acusação concreta e confiável contra ele. A Justiça argentina o interrogou uma vez, mas como pessoa informada dos fatos, e jamais o acusou de nada”, disse Lombardi. “A campanha contra Bergoglio é bem conhecida e se refere a fatos ocorridos há muitos anos. É uma campanha caluniosa e difamatória. Sua origem anticlerical é muito conhecida e evidente”, destacou Lombardi.


Lombardi disse que muitos depoimentos mostram que Bergoglio protegeu pessoas perseguidas pela ditadura na Argentina. Ele também citou declarações do escritor Adolfo Pérez Esquivel, que disse nos últimos dias que o papa não colaborou com os militares. Ontem, o ativista argentino de direitos humanos, de 81 anos, que recebeu em 1980 o Prêmio Nobel da Paz, disse que Bergoglio não teve vínculos, quando bispo, com a ditadura militar que esteve no poder no país entre 1976 e 1983. “Questionam Bergoglio porque dizem que ele não fez o necessário para tirar dois sacerdotes da prisão, sendo ele o superior da congregação de jesuítas. Mas eu sei pessoalmente que muitos bispos pediam à Junta Militar a liberação dos presos e sacerdotes e não eram atendidos”, disse Esquivel.


Livros sobre a ditadura argentina acusam o novo papa de ter sido cúmplice dos militares ao denunciar como subversivos sacerdotes que tinham atuação social. Ele sempre negou. Esquivel disse ainda, em um comunicado publicado no seu site, que talvez tenha faltado ao novo papa “coragem para acompanhar a luta pelos direitos humanos nos momentos mais difíceis”, mas que isso não significa que ele tenha compactuado com a ditadura. “Espero que ele tenha agora a coragem para defender os direitos dos povos perante os poderosos, sem repetir os graves pecados e erros que cometeu a sua igreja”, completou o Prêmio Nobel.


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