Falando uma mistura de português com espanhol, o papa Francisco conversou hoje (20) com a presidenta Dilma Rousseff por cerca de 20 minutos no Vaticano. Bem-humorado, o papa recomendou que a presidenta leia um livro sobre a conferência dos bispos sul-americanos, presenteado por ele, mas disse que não há necessidade de ler todos os capítulos, apenas os que a interessem.
"Você não precisa ler tudo, porque pode se aborrecer. Então, você pega o índice e vai nos assuntos que te interessam", contou Dilma, reproduzindo o conselho de Francisco.
Para a presidenta, o fato de o papa ser argentino o diferencia por suas preocupações e sua sensibilidade em relação a temas como o combate à pobreza e o apoio aos mais frágeis. %u201CEle [Francisco] disse que está com o Brasil e com a América Latina. É um papa muito normal. Ele fala um portunhol e entende o português%u201D, disse ela.
Ao ser perguntada, por um jornalista, sobre o que pensa de o papa ser da Argentina, Dilma respondeu com bom humor, lembrando uma máxima existente no Brasil sobre a origem de Deus. %u201CVocês, argentinos, têm muita sorte. A gente sempre diz: o papa é argentino, mas Deus é brasileiro'', brincou a presidenta, dando um sorrido em seguida.
Dilma foi a primeira chefe de Estado recebida por Francisco depois da cerimônia que marcou ontem (19) o início do seu pontificado. A presidenta viajou para a Itália no último dia 17, acompanhada pelos ministros Antonio Patriota (Relações Exteriores], Helena Chagas (Comunicação Social), Aloizio Mercadante (Educação) e Gilberto Carvalho (Casa Civil).
A presidenta e a comitiva retornaram hoje ao Brasil, logo após a audiência com o papa, por volta das 13h (9h de Brasília). A viagem dura aproximadamente dez horas.